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No elenco de “Renascer”, atriz exalta trajetória intensa na televisão

A televisão sempre teve uma presença constante na trajetória de Sophie Charlotte. Desde que estreou diante das câmeras, a atriz engatou um trabalho no outro. Nos últimos anos, ela integrou o elenco de inúmeras produções na Globo, como “Ilha de Ferro”, “Passaporte para Liberdade”, “Todas as Mulheres do Mundo” e “Todas as Flores”. Agora, após quase 10 anos longe das novelas na tevê aberta, Sophie retorna ao formato que a consagrou para o grande público. Mas tudo isso com novas visões e percepções de seu trabalho nos estúdios. “Eu quero ter a possibilidade de fazer bons personagens e eu tenho tido esse privilégio. Recebi esse convite para participar de ‘Renascer’ com um sim absoluto. Queria simplesmente me divertir nessa oportunidade. Eu gosto de me sentir desafiada. Cada projeto acaba tendo um Norte. Não tenho um planejamento tão cartesiano, mas eu projeto os meus desejos e acabo mentalizando e visualizando”, afirma.

Em “Renascer”, Sophie vive a sofisticada e sedutora Eliana, mulher de José Venâncio, papel de Rodrigo Simas. Modelo de sucesso e um tanto paranoica, ela abriu mão da carreira para viver ao lado do marido no Rio de Janeiro. Nunca teve vocação nem vontade para a maternidade, enquanto o sonho de Venâncio era dar um neto ao seu pai. “A Eliana é uma mulher que sabe que tem poder, tem sensualidade e sedução. Ela não é uma mocinha. Mas precisa lidar com sentimentos muito confusos e complexos”, defende.

Você estava longe das novelas clássicas, de tevê aberta, há quase 10 anos. Como o convite para “Renascer” fez você regressar ao formato?Estava com saudade dessa sensação de começar um trabalho e construir essa história com o público. “Renascer” veio muito nesse sentido. Quando esse projeto chegou, eu entendi que queria me divertir. Mesmo tendo cenas intensas, meu intuito é diversão. Quero fazer esse ofício com prazer. Curtir essa contação de história. Tenho o privilégio de fazer o que amo. Por isso, valorizo tanto essa oportunidade.

A trama de “Renascer” é o terceiro remake que você participa. Como está sendo reconstruir uma história que já está no imaginário popular há tantos anos?Fui atrás de me inspirar e entender essa história. Não conhecia a obra toda, mas sabia do tamanho e da importância dela para a dramaturgia brasileira. “Ti-Ti-Ti” foi cercada de expectativas e “O Rebu” foi muito importante, mas “Renascer” é um fenômeno pela grandiosidade do cenário brasileiro. É um projeto que une muitos preceitos e é uma homenagem ao Benedito Ruy Barbosa. Mas, ainda assim, vamos em busca de outro viés para contar essa história.

Como assim?
Os tempos mudaram, né? Ainda bem. Minha personagem se transformou bastante nessa passagem de tempo. Os questionamentos da Eliana podem se transformar. Quando saíram as primeiras notícias e chamadas sobre ela, eu fiquei na dúvida sobre qual seria a percepção. Acho que esse vai ser o grande mistério e a grande beleza de estar, ao mesmo tempo, homenageando o que está no imaginário brasileiro, e que precisa e vai ser respeitado e reverenciado, e refletindo sobre o que mudou e o que precisa mudar. Na história desse núcleo, agora, em 2024, o que acontece? A novela tem essa força, essa potência. Sempre acreditei nisso, que contando histórias, falando de emoção, de paixão, de conflitos, conflitos familiares, a gente consegue trazer para a conversa dentro das casas muitos assuntos que às vezes não chegam de outra forma.

Você chegou a conversar com a Patrícia Pillar, que viveu a Eliana na primeira versão, sobre a construção da personagem?
Não falei com a Patrícia Pillar, mas assisti a trechos no Globoplay da primeira versão. Eliana se transforma bastante na passagem de tempo de uma versão e outra. Me senti livre para poder criar uma nova Eliana e fazer uma leitura divertida e sagaz.

Logo no início da segunda fase, a Eliana externa seus pensamentos sobre a maternidade. Como você lidou com esse desejo da personagem de não querer ser mãe?
Acho importante ter personagens que falem sobre isso. Mas isso não pode transformar a Eliana numa vilã. E nem acredito que vá. Outras atitudes da personagem mostram que ela não é uma Maria Santa (risos). A Eliana é uma personagem muito humana, muito intensa. Essas cores deixam a personagem muito interessante, mas também nem acho que podemos enquadrá-la como vilã.

Por quê?
Tinha gente que me questionava se ela seria como a Vanessa (“Todas as Flores”). Mas a Vanessa foi para um lado completamente diferente. A Eliana começa a história muito apaixonada por esse marido, mas logo percebe que ele não está mais tão envolvido assim, se apaixonou por outra, está vivendo outra história. Então, essa mulher lida com sentimentos não tão leves. Com isso, alguns traços da personalidade dela vão aparecendo. Não gosto muito de definir a Eliana porque tem muita coisa para acontecer na história dela.

Nos últimos capítulos, Eliana chegou na fazenda de José Inocêncio, em Ilhéus. Como essa viagem irá alterar os rumos da personagem?
Estava em uma expectativa grande por esse momento. Sinto que a natureza vai transformar a Eliana. Vai ficar mais leve, ser arrebatada pelo local. Surge uma paixão improvável. Acho que será uma chance de ela se entregar a novos sentimentos e uma nova história. A Eliana não é uma personagem fácil de conduzir.

Qual a dificuldade?
A trama da Eliana fala sobre muitas coisas do feminino que ainda precisam ser aprofundadas. Ela não é uma mocinha. Ela está do lado difícil da trama. Não é nada fácil isso. Tem sido fascinante e tenho muita ajuda da direção nessa construção. Temos uma abertura muito grande para trocar ideias. Essa construção coletiva deixa o trabalho muito mais interessante e rico.

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