“Eu queria parabenizar todas as pacientes pela garra e pela fibra. Falar da força que tem a mulher para recomeçar a cada tombo, a cada diagnóstico. E deixar uma mensagem a todas as mulheres: que estejam sempre atentas e com os seus exames em dia. Mas, principalmente, que se conheçam. Que ao menor sintoma, se sentirem um carocinho ou a mama de uma forma diferente, ou vermelha, que procurem imediatamente o médico. O diagnóstico precoce vai significar na cura rápida de um câncer de mama.”
As palavras são de Cristina Gomes, presidente do Instituto Viver Hoje, que idealizou e organizou um ensaio fotográfico, no mês de junho, com 15 pacientes oncológicas de vários hospitais, entre eles Santa Casa, IBCC e Hospital do Câncer, que pode ser visto através de exposições em todo Brasil e também no portal www.viverhoje.org. A ação faz parte das campanhas em prol do Outubro Rosa e teve como cenário as dependências da Universidade Cruzeiro do Sul – Campus Anália Franco.
“Foi um dia de Diva, onde elas puderam ter uma make especial, uma produção de roupa, um dia espetacular com muita alegria só para elas”, completou Cristina. Com enfoque na prevenção e no diagnóstico precoce, a ideia da campanha é trabalhar a conscientização para que as mulheres sejam protagonistas de sua própria saúde.
EQUIPE DE TRABALHO
O trabalho contou com a ajuda das voluntárias da Santa Casa e de suas coordenadoras, Marisa Segala e Dagmar Figueiro, de entidades e pessoas do Tatuapé ligadas à causa; da coordenadora de estilo Fernanda Barone, que cuidou de toda a produção; de Anderson Honnorato, o Bi, que compôs os looks das meninas e seus acessórios; do Brechó Minha Avó Tinha, que emprestou roupas, chapéus e outros itens; de Rony Noivo, maquiador da Vult Cosméticos; da professora do curso de Estética e Cosmético da Universidade Cruzeiro do Sul, Andrea Romano, que levou alguns modelos de perucas produzidas pelo seu instituto, o Iimpar (www.iimpar.com), que foram doadas às pacientes; de Claudia Métne, que falou sobre moda; além da conversa de paciente para paciente. As fotos ficaram sob a responsabilidade de Nando Carvalho.
HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO
A cada maquiagem, a cada look e a cada clique era nítido o brilho no olhar das participantes. Entre as “meninas” está a médica pediatra Fabíola La Torre, que foi diagnosticada com câncer aos 40 anos, quando percebeu um nódulo na mama. “Trabalho na UTI pediátrica com crianças oncológicas e passei para o outro lado. Criei até um blog, De médica à paciente, que virou um livro, lançado recentemente. Queria passar às pessoas que o câncer é muito mais um tabu e que ele tem cura. Passei todo o tratamento sem uma lágrima, sem sofrimento e sem dor. Passei com amor.”
Outra guerreira é Zirlei Ferreira dos Santos. Ela tem 40 anos e foi diagnosticada aos 36. “Hoje luto contra um câncer metastático. Costumo dizer que você busca alternativas para suportar tudo o que passa com o tratamento porque é muito difícil. Mas eu levo esta força para o meu dia a dia. Em nenhum momento me deixei abater e passo isso para o meu marido, aos meus filhos, familiares pais, irmãos. Passo força pra eles e vivo cada dia um dia diferente.”
Daniele Aparecida Pereira está há pouco mais de seis meses em tratamento. Ela descobriu o diagnóstico em novembro de 2017 e agora segue em processo de exames para fazer cirurgia. “No início confesso que fiquei depressiva, mas depois passei a encarar tudo com muita normalidade, como se não tivesse nada. Faço de tudo e vivo normalmente. Tenho 34 anos, sou casada e tenho um casal de filhos. Pra mim participar deste ensaio foi o melhor convite que já recebi. Desde pequena sempre quis ser modelo. Ter esta ‘vibe’ de arrumação, moda. E agora eu me encontro aqui. É tudo o que eu esperava. É a realização de um sonho de infância.”
Marcia Queiroz foi diagnosticada em 2015, fez quimioterapia, cirurgia, radioterapia e depois de dois anos o câncer voltou. “Comecei a fazer o ciclo todo de novo. Faço o meu tratamento na Unicamp, em Campinas, e adorei receber este convite, pois é o outro lado do câncer. O lado humano. É bem bacana isso, pois não segue para o lado triste. Destaca o lado alegre e traz a gente pra a vida. Eu acho perfeito estes eventos. Na hora que a gente descobre a doença é um baque. Mas é pra chorar e se descabelar um dia só. No outro, é seguir em frente, tratar.”
Adriana Lopes Nogueira começou o seu tratamento em maio do ano passado. “No meu caso fiz radioterapia e agora hormonioterapia e exames periodicamente. Olha, é um choque porque a gente não espera, mas hoje está até mais tranquilo. É um tsunami que passa na sua vida e depois você sai pegando tudo. Quando recebi o convite para participar deste projeto, achei ótimo. É uma oportunidade de mostrar que você está viva. É como o Anderson, o Bi, disse: somos a pérola que está saindo de dentro da ostra.”
ARRECADAÇÃO DE MECHAS
São inúmeras as campanhas para ajudar na confecção de perucas. E as mulheres de todas as idades podem ajudar neste lindo projeto. É bem fácil. Pode ser doado qualquer tipo de mecha de cabelo: loiro, natural, descolorido, colorido, com luzes, alisamento, mas que tenha acima de dez centímetros.
À sua mecha serão adicionadas outras mechas semelhantes para compor uma nova peruca. Então, se você for cortar o cabelo na metragem que dá para doar, poderá encaminhá-la ao Instituto de Imagem Pessoal Andrea Romano (Iimpar), que fica na Rua Dr. João Batista de Lacerda, 54. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 2768-2237. As entregas também podem ser feitas na Santa Casa ou no IBCC. É só procurar o setor de oncologia.
Olá boa tarde
Em 2018 vocês fotografaram minha mãe
Ela estava com câncer de mama
Ela faleceu tem 5 anos e tava vendo as fotos é só queria agradecer muito obrigada