Há mais de três séculos, quando os primeiros fazendeiros ocuparam as terras na região do Tatuapé, provavelmente eles não imaginavam como o bairro seria hoje. Assim como os moradores da atualidade não devem imaginar como tudo estará daqui a mais 300 anos.
As fazendas, que produziam frutas, hortaliças e até vinhos, deram lugar às indústrias, que garantiram o desenvolvimento do bairro. Hoje com uma população estimada em quase 80 mil habitantes, o Tatuapé é a região mais desenvolvida da Zona Leste e abriga uma gama imensa de serviços. Quem mora por aqui já não precisa ficar indo para outras regiões da cidade em busca do que precisa.
Para homenagear o bairro que não para de se desenvolver, a equipe da Revista do Tatuapé se inspirou em um projeto do fotógrafo americano Jason E.Powell que, nostálgico, garimpou fotos antigas e saiu pela cidade em busca daqueles lugares. Com a foto na mão, procurou o melhor ângulo e sobrepôs a imagem antiga ao cenário atual. O resultado é uma forma diferente de olhar o passado e perceber o que acontece com os lugares e a cultura do lugar. Pelas fotos antigas, podemos ver o estilo de vida de antigamente e perceber o quanto tudo mudou.
Nós escolhemos algumas imagens que fazem parte do Arquivo Histórico da Gazeta do Tatuapé e saímos em busca desses lugares para fazer o que Powell fez nos Estados Unidos. O resultado vocês conferem no ensaio a seguir.
Rua João de Almeida
Rua João de Almeida, entre as ruas Monte Serrat e Francisco Marengo. Como se vê na foto (da década de 1950), a rua estava com os terrenos praticamente vazios. Ao fundo, onde estão as casinhas, é a rua Monte Serrat, que está repleta de prédios e construções mais modernas.
Lar Sírio
Na rua Serra de Botucatu, dentro do Lar Sírio, está a Capela de São Jorge, uma réplica em miniatura da Catedral Ortodoxa localizada no bairro do Paraíso. Com mais de 70 anos, ela foi erguida pela comunidade Síria e mantém exatamente a mesma estrutura até hoje. Porém, não é uma igreja onde são realizadas missas. Hoje, é usada para atividades ecumênicas com as crianças e jovens atendidos pelo Lar Sírio. A foto é da década de 1950.
Praça Silvio Romero
As fotos da praça Silvio Romero são da década de 1950 e mostram que o local ainda tinha poucas árvores, era cercado por casas, algumas onde funcionavam estabelecimentos comerciais. De lá para cá, os canteiros foram reformados e o entorno da praça mudou bastante. Em meio aos prédios mais modernos, algumas casas ainda resistem ao tempo, embora tenham passado por várias reformas.
Rua Serra de Bragança
A hoje movimentada Rua Serra de Bragança era praticamente uma estrada de terra na década de 1940, quando foi feita essa foto. Hoje, como se pode ver na imagem atual, prédios e carros mudaram o cenário da rua.
Rua Francisco Marengo
O prédio na esquina da rua Serra de Bragança com a Francisco Marengo, onde hoje funciona uma farmácia, está praticamente intacto. A foto, da década de 1950, mostra o entorno ainda com muitas árvores e poucas casas.
Casa Regente Feijó
Tombado pelo Condephaat e pelo Conpresp, a Casa do Regente Feijó é uma construção do século 18 que pertenceu ao padre Diogo Antônio Feijó e que, em 1911, passou a ser sede do Lar Anália Franco. As fotos são da década de 1920 e, como se pode ver, houve algumas alterações, mas a estrutura continua praticamente a mesma.
Largo São José do Maranhão
Na foto, da década de 1970, a Igreja ainda estava em construção. O largo, porém, continua o mesmo, assim como a própria Igreja.
Amei me ajudem a resgatar minha infância junto com as meninas do Orfanato que hoje é uma Facildade eu fui umas da internas na década de 70.