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Considerado uma das bebidas mais versáteis para harmonização, por sua boa acidez, frescor e leveza, o espumante pode ser servido da entrada à sobremesa

Ele é bem-vindo em uma noite especial a dois, uma comemoração informal, na recepção de uma festa ou, simplesmente, para acompanhar alguma refeição ou coquetel. Altamente versátil, o espumante oferece uma diversidade de opções e sabores – ideais para cada tipo de ocasião ou paladar. “Em geral, os fatores determinantes para diferenciar a bebida são a forma de produção (se é charmat ou champenoise) e a quantidade de açúcar (que pode ser classificada como brut, extra-brut, nature, demi-sec e doce)”, aponta o sommelier Daniel Perches, blogueiro do portal Vinhos de Corte.

A versão nature é a mais seca dos espumantes, quase não possui açúcar e é bem adstringente. O extra brut e o brut são secos também e o que muda de um para o outro é a quantidade de açúcar, sendo que o segundo leva uma dose um pouco maior. Apesar de ter “sec” no nome, o demi-sec é um dos espumantes mais adocicados e é requisitado em situações mais informais. Por fim, o doce é a versão que possui mais açúcar e exige um paladar aguçado para ser apreciada.

Já quanto aos métodos de produção: “O Charmat prepara, no tanque, espumantes mais leves e frutados – ideal para o clima brasileiro. O Champenoise processa espumantes mais complexos em aromas, dentro da garrafa”, explica a enóloga e sommelier Patrícia Possamai, do portal vinhosweb.com.br.

Além das dúvidas sobre os tipos de espumante, é normal que muitas pessoas não saibam como diferenciar o espumante do prosecco e do champagne. “Chama-se de “vinho espumante” a todo vinho que, quando aberta a garrafa, apresenta um grau de espumatização bem destacado, isto é, possui gás carbônico. Ele pode ser branco, rosé ou tinto, e cada um deles pode ser seco, meio-seco ou doce. Pode ser elaborado com uma grande variedade de tipos de uvas” , explica o enófilo Eduardo Calazans, do portal www.univinho.com.

O champagne é o vinho espumante inteiramente produzido em terras da região de Champagne, na França, apenas de uvas Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay. É sempre produzido pelo método Champenoise, podendo ser apenas branco ou rosé. Refinado, festivo e elegante, é considerado o mais nobre de todos os espumantes. Já, o prosecco é um vinho espumante, sempre branco, leve e delicado, elaborado pelo método Charmat. Específico da região do Veneto, geralmente é indicado como aperitivo ou para acompanhar pratos leves, e é fermentado com uma uva chamada Prosecco.

Os espumantes são muito versáteis e combinam com muitos tipos de pratos, devido à sua alta acidez e frescor. “Não há dúvida de que a escolha é muito pessoal e não há caminho infalível, mas o primeiro mandamento é: experimente muito e anote os que agradam ao seu paladar. Como o mundo do vinho é muito vasto, vale também ouvir opiniões e indicações de especialistas”, recomenda Calazans. Para Patrícia, é importante levar em conta também a região, o produtor e o custo/benefício. “O espumante nacional, hoje, é considerado o segundo melhor do mundo e tem um preço excelente”, diz. “Quanto menores e mais demoradas as borbulhas, melhor o espumante”, completa.

Os espumantes podem acompanhar da entrada a sobremesa

Segundo Perches, um bom espumante pode custar aproximadamente R$ 50, já um bom champagne não custa menos do que R$ 200. “O tempo de guarda (durabilidade) varia muito de acordo com a qualidade e a forma como foi produzido. Pode ser de um ano a várias décadas”, pontua. Quanto à armazenagem, a garrafa deve ficar em adegas climatizadas, com temperatura média de 15 °C, umidade controlada, na posição horizontal e no escuro.

O espumante é o vinho, dentre todos, que se serve mais frio, ao redor dos 9 ºC. Ele deve ser servido em taças longilíneas, alongadas, conhecidas como flüte, ou flauta. As taças do tipo flauta devem ser previamente resfriadas e enchidas em duas fases, para que o excesso de espuma não derrame borda afora. “A abertura de uma garrafa de espumante é um ritual à parte, pois dispensa o uso de ferramentas especiais, como o saca-rolhas. A garrafa deve estar bem fria e não ter sido chacoalhada durante o transporte até a mesa, pois caso contrário uma expulsão explosiva será inevitável. O espocar da rolha, tão celebrado em festas e comemorações, é tecnicamente indesejável, pois faz com que se perca uma parte importante do gás carbônico, elemento que faz a diferença entre um vinho tranquilo e um espumante“, explica Calazans.

COMBINAÇÕES PERFEITAS

O enófilo Eduardo Calazans preparou algumas dicas de harmonizações entre pratos e espumantes, especialmente para os leitores da Revista do Tatuapé. Confira!

– O branco brut é bom acompanhamento para frutos do mar como ostras, caviar, salmão defumado, mariscos crus ou em conserva. Também combina com os embutidos, como o presunto cru, copa, salames. Mesmo pratos quentes, como preparações delicadas à base de pescados e frutos do mar, massas de sabor suave, e aves de carne branca vão bem com o espumante brut;

– O espumante rosado pode ser compartilhado com carnes brancas e rosadas, aves de caça e pequenos animais, como o coelho e o escargot (caramujo). É ideal com salmão, atum, gaspacho. Molhos de tomate de pouco cozimento, vão muito bem com o espumante rosado.

– Os tintos encontram nas tradições regionais suas combinações mais conhecidas. O Lambrusco (que como Prosecco é o nome de uma variedade de uva) é perfeito com a mortadela bolonhesa;

– Os espumantes doces acompanham bem patisserie (biscoitos, tortas e bolos doces, recheados); e os moscatéis espumantes são ideais para frutas de polpa branca, como a pera, maçã, pêssego branco e melão.

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