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Há mais de 30 anos na tevê, Eliana celebra a chegada de seus 50 anos no ar

O tempo sempre foi um grande aliado de Eliana ao longo de sua trajetória. A apresentadora do SBT, que completou 50 anos em novembro, buscou manter a consciência ligada sobre seus erros e acertos durante sua caminhada no vídeo. À frente do “Programa Eliana”, a loura, que ganhou repercussão entre o grande público ainda como apresentadora infantil, viu o passar dos anos como uma forma de acumular experiências e maturar seu desenvolvimento profissional e pessoal. “Estou vivendo uma etapa linda da minha vida, em ótimo momento profissional, enquanto acompanho o crescimento dos meus filhos. Não romantizo minha trajetória, passei por muitos momentos maravilhosos e outros muito difíceis, mas acredito que todos ajudaram a formar a mulher madura que sou hoje”, explica Eliana, que encarou a vida com mais leveza ao se tornar mãe dos pequenos Arthur e Manuela. “Sou leve para lidar com os problemas do cotidiano. Contanto que minha família esteja bem, com saúde, todo o resto é solucionável”, completa.
No ar desde 2009 nas tardes de domingo do SBT, o “Programa Eliana” é, desde a sua estreia na emissora de Silvio Santos, a única produção dominical de auditório comandada por uma mulher a disputar a audiência do dia mais concorrido da televisão brasileira. “Por décadas, apenas homens apresentavam programas de auditório aos domingos. Então muita gente nos bastidores da indústria televisiva torceu o nariz com a ideia de uma mulher apresentar, nessa mesma faixa de horário, um programa que falava com a família brasileira. Tive de me reinventar, provar minha capacidade profissional e trabalhar muito”, aponta.

Há mais de uma década à frente do “Programa Eliana”, como você analisa essa longevidade da produção dominical?
O “Programa Eliana” é fruto de diversos fatores: de uma equipe extremamente competente, de uma relação incrível que mantemos com o público desde 2009 e de conteúdos que emocionam, divertem e tocam as pessoas. Tivemos muitos bons acertos ao longo dos anos. O quadro “Minha Mulher que Manda” foi, na minha opinião, um dos nossos maiores acertos. É um quadro muito amado, que este ano está em sua sétima temporada.

Você costuma ir além da sua porção apresentadora, frequentando, inclusive, feiras internacionais em busca de novos formatos. Como você encara essa parte mais burocrática do trabalho em tevê?
As decisões executivas do “Programa Eliana” são tomadas a várias mãos, as minhas inclusas (risos). Isso quer dizer que sim, sou ativa nos bastidores juntamente com meu diretor geral, trazendo muito da minha bagagem de 30 anos de televisão para a mesa, além de insights que surgem das pesquisas de mercado e do que o público me fornece. Nas viagens, quando reduzimos a equipe, estou sempre pronta para colocar a mão na massa e ajudar na produção se necessário. Meu trabalho como apresentadora começa bem antes das luzes se acenderem no palco e sempre foi assim, desde menina.

Você é a única mulher à frente de um programa de auditório nas tardes de domingo. Como você enxerga essa posição?
Tenho muito orgulho de estar há 17 anos ininterruptos neste “hall” tão concorrido, que é a televisão aberta aos domingos. É uma quebra de paradigma, uma mulher ocupando um espaço historicamente masculino. Espero, sim, poder inspirar muitas mulheres com o meu trabalho, mas o meu desejo maior é que outras apresentadoras tenham a oportunidade de ocupar esses espaços também. E que venham para ficar. Unidas somos mais fortes, em todas as áreas.

Mesmo confortável nas tardes de domingo da tevê aberta, você tem planos de seguir por outros caminhos profissionais?
Bem, primeiramente, nunca estou confortável (risos), sempre acredito que posso melhorar. Confesso que sou bem crítica em tudo o que faço, mas quem sabe no futuro não apresento um programa no “metaverso”? Por que não? Ou lanço um formato inédito para as redes sociais? Estou aberta às possibilidades.

Em novembro, você completou 50 anos. Como encarou a chegada de uma idade tão emblemática?
Estou vivendo uma etapa linda da minha vida, em ótimo momento profissional, enquanto acompanho o crescimento dos meus filhos. Não romantizo minha trajetória, passei por muitos momentos maravilhosos e outros muito difíceis, mas acredito que todos ajudaram a formar a mulher madura que sou hoje.

A televisão pode ser cruel e opressora com o envelhecimento das mulheres. De que forma você lidou com essa passagem de tempo diante das câmeras ao longo dos anos?
Costumo dizer que não tive a crise dos 30, nem dos 40… Os 50 chegaram e a passagem do tempo me alegra, porque significa que estou vivendo. Obviamente que não me sinto plena todos os dias, mas a maturidade me trouxe as ferramentas que eu preciso para lidar bem com essas inseguranças.

Como assim?
Acho o diálogo uma ferramenta importantíssima, principalmente com outras mulheres, sobre as pressões estéticas que sofremos. Acho, sim, muito importante falarmos sobre isso, para que o envelhecimento feminino cada vez mais deixe de ser um tabu. Temos de levar esses debates para frente cada vez mais.

Com mais de três décadas na televisão, o que a motiva a seguir diante das câmeras e longe da ideia de uma aposentadoria do vídeo?
Apesar de não ser uma tarefa fácil, eu amo o meu trabalho. Tenho uma equipe muito afinada e talentosa. Juntos, observamos as novas tendências e estudamos o mercado, para trazermos sempre o que há de novo para o palco. É isso que me motiva continuar trabalhando. O “Programa Eliana” é um programa em constante evolução, nunca estagnado, sempre olhando para a frente, com a criatividade a mil. Não tem como se sentir estacionada. Sempre há algo novo para desbravar.

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