Na década passada, Patrícia Poeta decidiu dar uma reviravolta em sua carreira e deixou a bancada do “Jornal Nacional” para se aventurar pelo entretenimento. Após sete anos integrando o time de apresentadores do “É de Casa”, a jornalista resolveu passar por outra revolução profissional intensa. À frente do “Encontro”, ela mais uma vez substitui Fátima Bernardes, que comandará o “The Voice Brasil”, diante do vídeo. A mudança dessa vez, no entanto, atinge muitos outros setores da vida de Patrícia. “Não é só uma mudança de programa. Eu também estou deixando o Rio de Janeiro e indo para São Paulo. Vou estar à frente de uma produção de segunda a sexta, não vai mais ser apenas nos fins de semana. É tudo ao mesmo tempo. Mas estou feliz de assumir um projeto novo aos 45 anos. Gosto muito dessa mistura de jornalismo com entretenimento. Foi isso que motivou minha mudança para o entretenimento lá atrás”, afirma.
No comando do “Encontro”, Patrícia conta com a companhia de Manoel Soares no palco do matinal. Os dois são velhos conhecidos do “É de Casa” e, inclusive, já substituíram Fátima durante suas férias ou ausências pontuais. “Feliz de estar ao lado do Manoel. Fátima contou durante esses 10 anos com grandes parceiros, como o André Curvello, Lair Rennó e outros que estiveram com ela no palco. Poder contar com o Manoel vai ser muito bom também”, elogia.
Há quase 10 anos, você deixou o jornalismo para se aventurar pelo entretenimento. Após uma passagem pelo “É de Casa”, como você recebeu esse convite para comandar o “Encontro”?
Eu fiquei muito animada de receber uma missão nova aos 45 anos. Já passei por tantas coisas, enfrentei várias situações ao longo da carreira. Fiquei com um friozão na barriga. Afinal, é mais uma estreia, mais um projeto novo. Além disso, não é só mudar de programa, né? É mudar de cidade também. Tenho uma ligação especial com São Paulo. Em 2000, fui muito bem recebida aqui logo no início da minha carreira. Vai ser incrível enfrentar esse desafio onde comecei há 22 anos. Acho que isso tudo dá mais gás para seguir em frente.
Ao longo dos 10 anos do “Encontro”, você chegou a comandar o matinal algumas vezes na ausência de Fátima Bernardes. O que muda agora como titular da produção?
Acho que são situações bem diferentes. Quando você substitui alguém no programa, você procura ser o mais fiel possível àquela função e ao DNA desse programa que já existe. Quando você assume de vez, tem uma liberdade maior de ser mais você na essência e o programa, automaticamente, ganha mais a sua cara. O que é normal porque você está todo o dia ali criando e planejando as próximas atrações.
É algo natural. Muita gente acha que a gente só apresenta, mas não é assim. Estou sempre nos bastidores, criando projetos. Me envolvo com todo o processo.
E como tem sido sua atuação nos bastidores?
Intensa. Nossa, são tantos projetos…Tenho várias ideias, mas vamos colocando em prática aos poucos. O que posso adiantar é que ideia não falta. Adoro criar e adoro me envolver com os bastidores também. Fiz isso em toda a minha carreira e pretendo seguir fazendo.
O programa passou a ser exibido após o “Bom Dia Brasil” e entrega o horário para o “Mais Você”. De que forma essa mudança na grade irá influenciar no conteúdo do matinal?
Achei ótimo o novo horário. O “Encontro” parte do telejornal e entrega para o programa da Ana, que tem uma expertise em culinária. Tudo a ver com a hora do almoço. A ideia é boa. E o “Encontro” vai ser esse recheio com uma boa mistura de factual e entretenimento. Um pé lá e outro cá. Acho que teremos mais responsabilidade com esse horário. A gente vai poder se aprofundar nos assuntos do “hard news”, mas que o telejornal não tem tempo de mergulhar.
Como isso?
Trazendo entrevistados, especialistas… Além disso, a gente não precisa ficar só no pesado, né? Vamos levar leveza também. Essa combinação é um dos motivos que me levou para o entretenimento. Eu queria falar os assuntos sérios, mas também queria bater um papo com o Péricles, dançar e dar um bom dia com um grande sorriso. Ao vivo, o “Encontro” também reserva muitas surpresas.
De que forma?
Eu já apresentei o “Encontro” algumas vezes e um dia é diferente do outro. A gente define o programa um dia antes, mas, às vezes, a edição cai uma hora e meia antes de ir ao ar. Você prepara o programa todo e ele cai por conta do factual. Precisa refazer o matinal todo, é um trabalho constante e que exige muito esforço de todos. Queremos sempre entregar nosso melhor.
Assim como aconteceu na bancada do “Jornal Nacional”, você chega ao matinal para substituir Fátima Bernardes. Você chegou a conversar com ela sobre essa nova mudança?
Assim que soubemos das mudanças, comentamos exatamente isso: “olha, nossos caminhos se cruzando mais uma vez”. Adoro a Fátima. Tenho um carinho muito grande por ela e uma grande admiração também. Que ela siga o que seu coração manda e seja feliz nesse novo ciclo, como foi no “Encontro”. Da minha parte, pretendo cuidar com muito carinho do programa que ela criou há dez anos.
Em nova fase, o “Encontro” passa a ser transmitido diretamente de São Paulo. Como está sendo essa mudança de cidade após tantos anos no Rio de Janeiro?
É tudo junto e misturado, né? Não é só mudança de programa, o que já seria bastante coisa. Mas também volto para São Paulo, onde morei há 22 anos. Tenho expectativas muito grandes com essa mudança porque fui muito bem recebida em São Paulo há mais de duas décadas. Tenho lembranças maravilhosas desse período por lá.
Como quais?
Quando vim gravar a chamada no estúdio de São Paulo, foi só abrir a porta que as lembranças chegaram. Naquela época, a mudança ainda não tinha acontecido efetivamente, né? Eu estava na ponte-aérea. Nem lá, nem cá. Lembrei quando a Ana Maria tinha chegado em São Paulo também e eu fui ao programa dela falar do tempo. Essa lembrança me acolheu, me confortou em um momento de tantas transformações, né? É uma nova cidade, um novo programa, trabalhar de segunda a sexta.