Consumo de fibras pode reduzir inflamações provocadas pela Covid-19 0 1013

Os sintomas gastrointestinais, como o vômito, a diarreia e a dor na região abdominal, estão presentes em metade dos infectados pela Covid-19. Entre os casos graves, quase 18% apresentam estes sintomas. Tudo isso se deve à entrada do vírus nas células do intestino, o que altera as funções dos órgãos.

Várias pesquisas já mostraram que os pacientes atingidos pelo coronavírus também apresentam uma diminuição das bactérias que produzem os ácidos graxos de cadeia curta. Elas são aquelas “bactérias do bem”, importantíssimas para o bom funcionamento da microbiota intestinal. Além disso, os compostos produzidos por elas ajudam na defesa do organismo.

Sabendo disso, muitos pesquisadores estão analisando o efeito que diferentes dietas e nutrientes podem ter na ação do vírus em nosso corpo. Um estudo conduzido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado na revista Gut Microbes, investigou o papel do consumo de fibra na regulação das inflamações provocadas pela doença.

Inicialmente, a intenção era analisar se os compostos produzidos pela microbiota intestinal através da quebra das fibras interferiam na entrada ou na replicação do coronavírus – o que não foi comprovado. Ainda assim, os pesquisadores descobriram, em um tratamento in vitro, que o processo envolvendo as fibras foi capaz de reduzir a presença de um gene que facilita a entrada do vírus nas células e funciona como receptor para a citocina – uma molécula que acelera o processo inflamatório.

Já se sabe que o coronavírus causa uma “tempestade de citocina”. Por isso, as fibras cumprem um papel muito importante na diminuição da presença destas moléculas. Estudos anteriores mostraram que os compostos produzidos pela microbiota intestinal têm papel importante na proteção contra outras doenças respiratórias, como a bronquite.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores coletaram amostras do tecido do cólon, que faz parte do intestino grosso, de 11 pessoas infectadas com o coronavírus. Além disso, os testes também foram realizados em células intestinais. Dentro do laboratório, as amostras e as células foram infectadas com o vírus. Depois, foram tratadas com uma mistura de compostos que são obtidos no intestino através da metabolização dos ácidos graxos de cadeia curta, que estão presentes nas fibras alimentares.

A tabela de nutrientes do site Saudável & Forte mostra que é fácil acrescentar alimentos ricos em fibras em nossa rotina alimentar. Entre eles, estão a maçã, a aveia, o morango, a pera, o pêssego, a ervilha, o grão de bico, o feijão, a couve, o espinafre e a escarola. Além destes, existem vários outros alimentos que podem ser adicionados em nossa dieta e ajudam a fortalecer o organismo.

As fibras também são importantes para vários outros fatores. Os alimentos ricos no nutriente têm baixo teor calórico e conseguem manter a saciedade por um bom tempo, ou seja, facilitam a boa alimentação. As fibras também conseguem amenizar a quantidade de colesterol, gorduras e açúcares absorvidos pelo organismo.

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