Mariana Ximenes tem uma sólida e intensa trajetória na tevê, que poucas vezes a deixou ausente do vídeo. A atriz natural de São Paulo atualmente pode ser vista na trama de “Mania de Você” e mantém planos para uma trajetória bem longeva diante das câmeras. Na pele da ambiciosa Ísis, Mariana renova o prazer de estar exercendo a função que sempre sonhou. “Amo o que eu faço. Não vou parar tão cedo. E isso a gente vê na passagem de tempo, né? Estava na reprise de ‘Chocolate com Pimenta’ e no ar em ‘Amor Perfeito’ ano passado. Estamos falando uma passagem de 20 anos. E está tudo bem! Prefiro mesmo que o tempo passe porque a outra alternativa…”, afirma.
Na novela de João Emanuel Carneiro, Ísis é uma mulher de origem humilde e que cresceu na comunidade próxima ao resort Albacoa. Ambiciosa e inteligente, ela se aproximou de Berta, papel de Eliane Giardini, a milionária local, e acabou se casando com o filho dela, Henrique, de Antonio Saboia. “Minha última novela das nove foi ‘Passione’, qunado vivi uma vilã, e agora volto vivendo uma cachorra que é bem má também”, explica.
Você estava ausente do horário as nove desde “Passione”, que foi ao ar em 2010. Como está sendo retornar a esse horário tão visado?
Fiquei feliz de voltar ao horário nobre. É um espaço muito especial para mim. Além disso, é a minha terceira parceria com o João Emanuel. Fiquei animada porque percebi que a Ísis era uma personagem com muita brecha para aprontar todas. Minha última novela das nove foi “Passione”, em que vivi uma vilã, e agora volto vivendo uma cachorra que é bem má também.
É assim que você define a Ísis?
Ela é uma cachorra vigarista. E não esconde isso (risos). A Ísis é extremamente ambiciosa, ardilosa, dissimulada. É uma delícia fazer uma personagem com tantas camadas. Ela está o tempo todo enganando a sogra. Mas, apesar de todas essas nuances, ela tem cinismo, sarcasmo e humor. Acho interessante porque impede que você tenha um ódio enorme por ela. Esse humor dá um toque diferente na personagem.
Recentemente, você também viveu uma vilã no horário das seis. Você buscou construções diferentes para interpretar a Ísis?
Eu entendi desde o início que eram projetos bem diferentes. São antagonistas, mas muito opostas. A Ísis vem carregada dos sarcasmos e cinismo. Enquanto isso, a Gilda (“Amor Perfeito”) era mais maquiavélica. Além disso, tem todo o jogo cênico que é diferente, né? “Amor Perfeito” era uma dramaturgia mais tradicional, mais específica. “Mania de Você” tem outra velocidade. O slogan diz que o jogo vira o tempo todo. Isso tudo faz toda a diferença. Fora a troca com os colegas. Está sendo o máximo criar com a Eliane (Giardini).
De que forma?
Eu paquero a Eliane há muito tempo (risos). É uma dádiva ter a Eliane como parceira, tanto na coxia quanto na convivência, porque a gente janta juntas, come camarão empanado com cerveja… Ela tem uma Mariana na vida dela como filha ainda por cima. E em cena é incrível. É uma atriz extraordinária.
São quase 30 anos na televisão. Como tem sido a passagem do tempo para você?
A passagem de tempo é da vida. A gente tem de ir fazendo as coisas. Ano passado, por exemplo, eu estava na reprise de “Chocolate com Pimenta” no início da tarde, mas, logo depois, aparecia em “Amor Perfeito”, às 18h. Temos 20 anos entre esses trabalhos. E tudo bem! O tempo passa mesmo. Prefiro que o tempo passe porque a outra alternativa não é muito legal. Amo viver. Tenho objetivos bem claros de seguir ativa e trabalho.
Como assim?
Quero seguir trabalhando até onde der. Fui ver a Fernanda Montenegro no Ibirapuera e fiquei emocionada. Aos 95 anos, ela estava mobilizando 15 mil pessoas com o dom da palavra. É isso que eu quero. Minha meta é Dona Fernanda (risos).
Mesmo com todas as críticas que esse meio envolve?
As pessoas julgam. As pessoas sempre vão achar coisas boas ou ruins. Mas eu não vou ficar refém. Vou seguir em frente, acreditar em mim e seguir no meu ofício. É um ofício que eu amo e respeito tanto. Estou há 26 anos na Globo. Sou muito grata por toda essa trajetória. Vivo de um ofício que sempre quis exercer. Isso é uma honra e um privilégio.
