
Larissa Manoela tem apenas 24 anos de idade. Porém, uma bagagem e experiências de vida dignas de roteiro de cinema. Após despontar muito nova diante das câmeras e tornar-se um fenômeno comercial infanto-juvenil, a atriz se viu envolta em um gigantesco e midiático imbróglio empresarial familiar, resultando em um rompimento com os pais, que administraram todo o seu caminho profissional até pouquíssimos anos atrás. Agora dona das rédeas de todas as decisões pessoais e profissionais, a intérprete da doce Estela chega ao elenco de “Êta Mundo Melhor!” para inaugurar uma nova fase em sua bem-sucedida trajetória televisiva. “A arte me salvou e estou aprendendo muito com a Estela. Ela tem muitas camadas e o ser humano é isso. Tem coisas parecidas comigo porque vivo uma nova fase em minha vida e é muito gostoso poder fazer isso e trazer as vivências e as memórias. Ela traz um mistério e traumas passados que terá de enfrentá-los. É uma mulher do povo. Cuida da irmã, da avó, dos pacientes, das crianças, enfim”, aponta.
Na história das seis, Estela é uma jovem com um passado misterioso. Ela sente uma conexão instantânea com Celso, papel de Rainer Cadete. Porém, o caráter questionável do primo de Candinho, de Sergio Guizé, acaba abalando a relação. Estela também atua como professora dos órfãos da Casa dos Anjos da vilã Zulma, vivida por Heloisa Périssé, e vira a melhor amiga de Dita, de Jeniffer Nascimento. “Eu acho que uma das principais características dela é essa dedicação, essa bondade. É uma mulher com quem eu me impressiono a cada cena que chega. Ela é uma fortaleza e, ao mesmo tempo, é lindo de ver os momentos em que ela passa vulnerabilidade, porque a gente é isso, a gente é força, ao mesmo tempo que a gente também tem nossos momentos de fraqueza”, explica.
Ao contrário de parte do elenco, você chegou ao universo de “Êta Mundo Melhor” recentemente. Como tem sido esse entrosamento com todo o projeto?
Nosso primeiro encontro com o elenco já foi mágico, parecia que a gente estava fazendo a novela desde 2016 com o elenco que já estava. Eles nos receberam superbem, com uma sintonia única. Eu acho que quando a gente abraça um projeto como um todo, só tem a ganhar, ser feliz e curtir cada momento. É uma história muito linda de ser contada, então nada é jogado fora, é tudo bem aproveitado, muito rico, essas palavras, enredos, histórias, esses paralelos, essas pessoas.
A trama de “Êta Mundo Melhor!” é sua segunda novela na Globo, após “Além da Ilusão”, que foi ao ar em 2022. Como surgiu o convite para o folhetim atual?
O convite veio num momento especial quando eu já estava querendo voltar a fazer novela. O convite veio do Walcyr e da Amora, com quem eu já queria trabalhar. Estela é uma mocinha fora da linha que a gente imagina do conceito de mocinha e estou muito bem acompanhada, dirigida e é muito prazeroso. Para a gente que chega agora há a sensação de que já estava na outra novela. Vejo muito potencial de aprendizado e mudanças a partir desse projeto.
De que forma?
A Estela é uma enfermeira e quero mostrar o quanto os profissionais de saúde são importantes. Estou muito feliz e quero que conheçam a Estela e gostem dela o tanto que tenho gostado. Tenho mais tempo de atriz mirim do que de atriz, mas espero que isso mude. Tenho maior orgulho dos meus trabalhos e falo das minhas personagens com muito carinho porque a arte me salvou e estou aprendendo muito com a Estela. Ela tem muitas camadas e o ser humano é isso.
O enredo da Estela envolve uma série de mistérios. Como isso tem afetado sua construção da personagem nessa fase inicial da novela?
Eu acho que o desafio de interpretar essa personagem são as várias camadas dela e retratar isso em apenas uma cena. A gente vai ter muitas oportunidades de vê-la transitando pelos núcleos, tendo relação com as pessoas, entendendo um pouco mais dessa personagem conforme ela for aparecendo, falando da vida dela, pontuando as questões que tem, inclusive os mistérios dela, o que carrega, os motivos que tem para guardar esses segredos. Eu sempre acho maravilhoso quando o personagem traz tantas camadas, porque somos feitos de camadas, o ser humano, por si só, tem muitas questões, a gente tem momentos de alegria, de fraqueza, de ansiedade, isso é uma coisa que está muito presente na vida dela. Eu sinto que o personagem vem até a gente, há um encontro de personagem com ator, ator com personagem, e eu achei lindo esse encontro com a Estela, eu vejo que era para ser minha, e não poderia ter sido melhor.
Por quê?
A preparação foi ótima, várias leituras, muita pesquisa sobre essa época, esse corpo, essa mulher, essa vida. E foi muito especial o encontro com todo mundo e o encaixe dessa personagem, que é nova nessa história. Uma história que já fez muito sucesso e que é muito amada pelo público. Espero que as pessoas consigam recebê-la nesse novo momento ainda melhor, de uma maneira muito positiva, porque é o que eu sinto daqui nos bastidores.
Apesar de contarem com personalidades e ambições diferentes, Estela e Celso desenvolvem uma relação. Como você enxerga e compreende a construção do casal?
É um despertar de amor. Eles se encontram e se conectam de uma maneira muito única, muito especial, porque é através da dor. A gente tem, logo no início da novela, uma perda muito significante, que é a da Maria. E eu sinto que essa conexão deles é feita através desse amor que ele tem pela família, pela Estela também sonhar com esse ideal de família, por ver o quão solícito e bondoso ele é. É muito bonita como essa relação é construída ao andar da história, a gente vê que eles vão se conectando, têm suas questões, mas vão se encontrando até na diferença, no erro, na humanidade mesmo.
Como assim?
Porque eu acho que a gente está falando de pessoas reais, de histórias que realmente acontecem na vida e dessa disponibilidade em querer conhecer mais do outro, apesar de ter seus traumas, gatilhos. É uma coisa muito interessante a gente poder ver o despertar desse amor, dessa conexão. É muito bonito. Tenho visto como algo muito precioso pra Estela, e para o Celso também. O encontro deles é um respiro para o futuro, é uma esperança de algo novo.








