A invasão dos gelatos 0 4929

Sorvetes cremosos, com sabor equilibrado, produzidos no estilo italiano são o produto das gelaterias que chegaram à região

Difícil encontrar alguém que não goste de sorvete. É o tipo da comida que tem o poder de agradar a todo mundo, o que faz dela uma unanimidade. O sorvete tem uma história milenar, cheia de lendas. A mais difundida diz que surgiu na China, quando flocos de neve foram misturados com frutas e virou algo delicioso. Bom, isso foi em 1.000 a.C. De lá pra cá muita coisa aconteceu e os italianos tornaram-se referência mundial no assunto desde que o mercador veneziano Marco Polo (pelo menos é o que diz outra lenda) levou a iguaria para o País da Bota, em 1295. Desde então, os italianos especializaram-se na produção de gelatos e espalharam essa técnica e essa paixão pelo mundo. É de lá que, dizem, saem os melhores sorvetes. E é de lá, também, que vem a inspiração das gelaterias que chegaram à região nos últimos anos.

A principal característica dos gelatos italianos é a cremosidade e o sabor equilibrado. Isso é conseguido por meio da técnica e das máquinas italianas, que permitem bater o sorvete nas condições de temperatura ideais, e também das receitas que levam insumos de alta qualidade – como chocolate belga, frutas frescas, leite e creme de leite especiais – e vetam o uso de corantes e aromatizantes artificiais, além da gordura hidrogenada, que tem entrada proibida nessas gelaterias. Como todo sorvete, o gelato precisa da gordura, um igrediente essencial para se conquistar a cremosidade. Mas o que se usa é a gordura do leite e do creme de leite, o que faz com que seja mais agradável e equilibrado ao paladar. Outra característica é que os gelatos não são servidos congelados, o que ajuda a manter a cremosidade e também o sabor, já que altas temperaturas mascararam o sabor de bebidas e alimentos.

O resultado dessa química é um produto de qualidade infinitamente superior aos sorvetes industrializados e bem diferente daquele que era servido nas tradicionais – e saudosas – sorveterias de bairro.

Iovivo

Ambiente da Iovivo, na Rua Eleonora Cintra

Em novembro de 2015, a Iovivo abriu as portas na Rua Eleonora Cintra. É uma empreitada do médico Cláudio Yokoyama e de sua sócia, Simone Brito, que já são os donos do Café do Ponto do Shopping Anália Franco. A ideia começou quando ofereceram a Cláudio a possibilidade de ser franqueado de uma marca de sorvetes, mas ele se inspirou na própria paixão pelos gelatos e achou melhor criar a sua própria gelateria. Convidou o mestre gelataio Gabriele Corbari para ajudá-lo a definir o cardápio e fazer o controle de qualidade da loja. Mas Cláudio não quis ficar apenas no backstage. Ele saiu a campo e fez diversos cursos de produção de sorvetes para conhecer exatamente todo o processo. E ainda colocou a sua origem oriental em pelo menos dois sabores: chá verde e gengibre. A ideia dele sempre foi ter um produto o mais natural possível. “Não dá pra dizer que sorvete é saudável, porque é calórico. Mas ele pode ser um produto de alta qualidade. Eu sou médico, então tenho uma responsabilidade ética de não usar nada que seja prejudicial à saúde”, diz.

Simone e Cláudio, da Iovivo Gelato

Na vitrine da Iovivo tem os gelatos cremosos – feitos à base de leite – e também alguns sabores de sorbets – feitos à base de água -, além de picolés, também produzidos por lá. A ideia é que essa loja se transforme em loja modelo e, posteriormente, sejam criados quiosques em shoppings. O nome, Iovivo Gelato, reflete exatamente a paixão dos proprietários pelos “gelados”, ou seja “Eu vivo sorvete”.

Marco Polo

24 sabores de sorvetes ficam expostos na vitrine da Marco Polo

Em 2011, a Marco Polo chegou ao Tatuapé. No comando está o casal Eloy Fabris e Natália Luglio Fabris, que se conheceu trabalhando em cruzeiros marítimos pelo mundo e, quando cansaram da vida em alto-mar, decidiram abrir uma gelateria. Pesquisaram pontos comerciais em diversos bairros até chegarem ao local onde estão hoje, na Praça Nossa Senhora do Bom Parto. “Percorremos toda a cidade até acharmos esse lugar. Vimos que faltava esse tipo de negócio no bairro e resolvemos investir”, diz Eloy, que é quem fica na linha de frente da produção. Argentino, ele sempre consumiu esse tipo de sorvete. “O que se chama de gelato aqui é o sorvete do dia a dia em Buenos Aires, que eu como desde que nasci”. Nas suas receitas, ele busca sempre o equilíbrio entre sabor e cremosidade.

Natália e Eloy, da Marco Polo Gelateria

Na Marco Polo não há sorbets, que são os sorvetes à base de água, apenas os gelatos, que ficam maturando no freezer por 24 horas para acentuar o sabor. No último ano, eles reduziram em 5% o açúcar usado nas receitas e aumentaram em 15% a quantidade de frutas porque perceberam que há uma demanda maior por produtos saudáveis. A Marco Polo trabalha com 60 sabores, dos quais 24 ficam na vitrine diariamente. Alguns sabores de frutas, por exemplo, são bem sazonais, como Jabuticaba. Tem também uma receita especial, o sorvete Marco Polo, que é uma adaptação de uma sobremesa tradicional da família de Eloy e leva café, creme de baunilha e crocante de amêndoas.

Bartô

No dia 5 de dezembro de 2015 a Bartô abriu as portas na Rua Itapura. A vitrine com 24 sabores de gelato é o resultado do trabalho de quatro amigos na faixa dos 28 anos – Caio Prudente Correa, Bruno Saliba, Caio Saliba e Edgar Uehara – que resolveram empreender em uma área até então desconhecida para eles. Caio Correa é quem fica na linha de frente da produção. Ex-funcionário do mercado financeiro, ele deixou os bancos para aprender a fazer sorvete. É o único da turma que não conhecia o Tatuapé, já que os outro sócios são todos da região. O bairro, aliás, foi escolhido como ponto por causa de seu potencial de desenvolvimento.

Os sócios da Bartô: Caio Saliba, Caio Correa, Edgar e Bruno

Bartô é um apelido carinhoso usado para o nome italiano Bartolomeu. “Queríamos que fosse algo que trouxesse essa proximidade”, explicam.

Os gelatos e sorbets são produzidos diariamente, usando frutas frescas e açúcar orgânico. Quando algum tipo de pasta semi-industrializada precisa entrar na receita, como é o caso do sorvete de chiclete, ela vem de fornecedores italianos o que, segundo eles, é uma garantia de qualidade. “Desde o começo queríamos fazer um produto de alta qualidade. Se não desse para ser dessa forma, era melhor nem fazer”, diz Caio, que usa a criatividade na hora de criar os sabores como o hiper cremoso Kinder Bueno (avelã, nutella e biscoito) e o sorbet Detox, que leva abacaxi, limão maçã-verde, couve e gengibre. Para degustar sem peso na consciência!

Iovivo – Rua Eleonora Cintra, 462. Tel.: 2076-0890
Marco Polo – Largo Nossa Senhora do Bom Parto, 57. Tel.: 3805-4005.
Bartô – Rua Itapura, 1.522. Tel.: 2091-1994

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