Vida em condomínio 0 7070

Organizar jantares, bazares, campeonatos e gincanas para a garotada e caprichar nas festas de confraternização são algumas das dicas para melhorar a convivência entre os moradores

Para quem gosta de festa em datas comemorativas, nada como uma confraternização no condomínio com direito a altos papos e deliciosos pratos típicos, não é mesmo? Essa pode ser uma das tantas alternativas para que os condôminos se conheçam melhor, troquem ideias e tenham uma ótima convivência – afinal, todo mundo sabe que vida em condomínio exige muita comunicação, paciência e entrosamento.

A ideia de promover uma confraternização pode partir tanto do síndico como dos próprios moradores. O que importa é que o evento junte, em clima de harmonia, o maior número de pessoas possível e, assim, minimize os conflitos que aparecem no dia a dia do condomínio. Festas de Natal, Réveillon, Halloween, Arraial Junino, gincanas infantis, jogos, jantares e bazares são as alternativas que surtem maior efeito quando o assunto é a integração dos moradores.

A organização é fundamental para que o evento tenha sucesso e possa ser repetido várias vezes. Todos os moradores devem ser convidados e notificados da iniciativa, e o rateio das despesas deve ser feito somente entre os apartamentos que confirmarem formalmente sua participação, para evitar discussões na hora da cobrança. As normas do regulamento interno para a realização de festas e uso da área de lazer, como a determinação de dias e horários específicos, também devem ser respeitadas.

Na Penha, os moradores de 608 apartamentos de um condomínio, distribuídos em oito torres, têm diversão garantida sem sair de “casa”. “Em 2009, me tornei síndico do condomínio e, desde então, duas vezes por ano (julho e dezembro), organizo um campeonato para cerca de 60 a 70 crianças, de todas as idades, com direito a futebol, queimada, rouba-bandeira etc.”, conta Renato dos Santos Junior.

Dez dias antes do início dos jogos, já há o aviso das inscrições nos murais de cada bloco. Depois, há o sorteio dos times de acordo com o sexo e a idade das crianças e, por fim, a montagem da tabela “todos contra todos”. “Como eles estão de férias, os jogos acontecem diariamente, de segunda a sexta-feira. Campeões ou não, todos ganham chocolates, balas e pirulitos. Mas o principal intuito é que eles se divirtam, façam novas amizades e fortaleçam as antigas”, explica.

Natal, Ano Novo, Dia das Crianças e Festa “Julina” também são comemorados no condomínio. No Natal, o Papai Noel faz a festa das crianças, distribuindo brinquedos. No dia 12 de outubro, a festança conta com palhaço, hot dog, algodão doce e gincanas para adultos e crianças.

Já a sala de artesanato recebe semanalmente algumas senhoras (moradoras) que confeccionam peças em crochê para doação e aproveitam para colocar o papo em dia. E, a cada 15 dias, há um bazar com diversas mercadorias, vendidas pelos próprios condôminos. “Temos, em média, doze tipos de produtos diferentes por bazar, entre cosméticos, roupa de praia, bijuterias, calçados etc. Para que ninguém fique de fora, é necessários fazer um ‘rodízio’ entre as turmas”, descreve Renato. Segundo ele, “é uma chance das pessoas se aproximarem e fazerem compras sem precisar enfrentar os comércios lotados”.

Em prédio no Tatuapé, jantares semanais proporcionam a integração de moradores durante o ano
Moradoras de residencial se reúnem semanalmente para confeccionar peças em crochê que são doadas a instituições de caridade
Crianças de prédio na Penha participam de gincanas nas férias e de festas durante o ano

Tatuapé

Há cinco anos, os amigos Rubens, Júlio, Cacá e Fabiano mudaram a rotina dos moradores de seu prédio. O encontro, que começou como uma informal reunião de amigos para um banho de sauna, hoje reúne cerca de 50 pessoas todas as terças-feiras. “O Fabiano é mestre na cozinha e começou a trazer uns bolinhos e petiscos para a gente comer nesses encontros. Então, a mulherada se animou com a ideia e a coisa tomou uma proporção muito maior, até que o pessoal começou a se juntar toda terça-feira para jantar, e virou compromisso semanal”, conta Rubens Conilho Jr.

Depois que virou um encontro oficial, o grupo de amigos se juntou e organizou a ideia, para poder convidar todos os apartamentos a participarem do jantar semanal. “Alguns começaram a se sacrificar mais do que outros, porque sempre tinham que trazer algum prato, então uma das mulheres sugeriu que cada semana uma família organizasse o jantar”, explica Júlio, destacando que cada um pode servir o que quiser, até mesmo pedir a boa e velha pizza. Desde então, ficou determinado que cada família participante, independente do número de pessoas, paga uma mensalidade. O valor arrecadado fica sob os cuidados da comissão organizadora, que oferece uma verba para cobrir os gastos com cada jantar.

Com o dinheiro que sobra a comissão realiza festas de fim de ano, Festa Junina, Halloween etc. “Esses eventos são fundamentais, pois melhoram nossa convivência e criam laços de amizade. Já fizemos várias viagens e passamos muitos Natais, Páscoas e Carnavais juntos, ou seja, nos damos bem dentro e fora do condomínio”, afirma Wanda Mocarzel. E completa: “somos tão unidos que uma das moradoras, a Yuri, se mudou e continua frequentando os nossos jantares”.

As crianças e adolescentes também saem ganhando com os jantares. “Tenho duas filhas pequenas e confio em deixá-las por aqui, quando não estou presente, pois sei que meus vizinhos vão cuidar tão bem delas quanto eu. Nossa amizade vai muito além daquele ‘papo de elevador’. Acho isso extremamente vantajoso, pois as ruas estão muito perigosas ultimamente”, conta Rubens. E completa: “elas adoram os jantares, dificilmente faltam, inclusive porque o jantar é visto em função das crianças e sempre pensamos em um prato que as agrade”.

Para os jovens casais, Natália e Paulo, e Luis Guilherme e Ana Flávia, os jantares do condomínio são mais do que compromissos semanais. “É muito gostoso, pois quebra a rotina e a tensão da semana e, de quebra, ainda experimentamos vários tipos de culinária, como joelho de porco, comida mexicana, japonesa etc.”, comenta Natália. E conta, “eu, por exemplo, não moro aqui, venho com meu namorado, Paulo, mas todo mundo é tão acolhedor, que me sinto em casa. Desde o começo participamos, e se acontece algum imprevisto e faltamos, parece que a semana passa mais devagar”.

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