Sem deixar a bola escapar 0 1717

Fãs de pinball mantêm viva a cultura do fliperama e restauração dá novo ânimo a este passatempo de gente grande

Muitos pais de família, empresários, músicos, atores e atletas bem-sucedidos têm algo em comum. Eles são alguns dos clientes de Williams Belluzo, 39, expert em fliperamas que restaura e comercializa algumas das máquinas que se tornaram objetos de desejo de muitos homens crescidos.

Beluzzo explica o porquê: é nostalgia pura. “Mais do que uma simples máquina de jogos, o fliperama nos faz reviver e recordar momentos que vivemos há 20 ou 30 anos”, diz o restaurador.

Atualmente, só a americana Stern Pinball produz máquinas novas. Por isso a grande maioria dos fliperamas disponíveis já são bastante “rodados”. E a manutenção é exclusiva para quem entende, do assunto.

Williams Belluzo, expert em fliperamas, recupera relíquias que garantem horas de diversão

PARAFERNÁLIA ORGANIZADA

Uma máquina de pinball possui centenas de pequenas peças eletromecânicas, circuitos de computador e tem cerca de 70 lâmpadas, em média. Mas os 23 anos de experiência de Belluzzo lhe deram completo domínio sobre este intrincado sistema, que ele vê com simplicidade. “Apesar de todos os avanços tecnológicos, o princípio básico que cria a diversão no pinball é a lei da gravidade”, resume.

Os sons e animação, tanto nos placares eletrônicos quanto no campo de jogo, vieram trazer mais emoção e interação aos fliperamas. Mas a maioria dos itens são clássicos e aparecem nas primeiras máquinas que fizeram sucesso nos anos 1960 e 1970. Alguns deles são os lançadores, os “bumpers” ou “cogumelos”, as rampas e os “flippers” – os rebatedores controlados pelo jogador e que também apelidaram o pinball.

RELÍQUIAS VALIOSAS

Alguns fabricantes hoje são cultuados tanto quanto montadoras de carros e motocicletas. Qualquer jogador de fliperama convicto é familiar com as marcas Taito, Gottlieb, Williams e Bally. E muitos querem, inclusive, levar a máquina pra casa.

O custo de um fliperama restaurado pode chegar a R$ 15 mil, como é o caso de “Cavaleiro Negro”. Além da raridade do exemplar, pesa no valor o trabalho de manutenção e a reposição de peças. Como muitas delas são verdadeiras obras de arte e a restauração inclui marcenaria, pintura e cromagem, o preço pode ser salgado. Mas nem todas saem tão caro. William diz que há no mercado bons fliperamas restaurados por R$ 3 mil.

No topo da lista elaborada pelo Internet Pinball Database, está “Twilight Zone”, de 1993, da Bally. Mas há centenas de títulos já produzidos e cada proprietário tem as suas prediletas e achados. Em sua coleção particular, William possui raridades como “Charlie’s Angels”, o pinball das “Panteras”, de 1979, e o fliperama musical “Blue Note”, de 1974.

TOP TEN

Na lista dos dez fliperamas do Internet Pinball Database (www.ipdb.org), elaborado a partir da avaliação de jogadores de todo o mundo, estão títulos que rendem horas de diversão e saudosismo. Muitas foram inspiradas em filmes e seriados de TV. Outras são criações originais dos melhores inventores de pinball do mundo. Confira:

1º – “Twilight Zone” (Bally,1993)

2º – “The Addams Family” (Bally,1992)

3º – “Medieval Madness” (Williams,1997)

4º – “Star Trek: The Next Generation” (Williams,1993)

5º – “Cirqus Voltaire” (Bally,1997)

6º – “Indiana Jones: The Pinball Adventure” (Williams,1993)

7º – “The Lord of the Rings” (Stern,2003)

8º – “Theatre of Magic” (Bally,1995)

9º – “Monster Bash” (Williams,1998)

10º – “White Water” (Williams,1993)

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