Plástica reparadora 0 5915

Antes da função estética, a cirurgia plástica é um recurso para corrigir ou reconstruir uma área do corpo danificada por um acidente, doença ou anomalia congênita, proporcionando um aspecto mais natural à região afetada

Originalmente derivada da palavra grega ‘plastikós’, que significa moldar ou alterar a forma, a cirurgia plástica é uma especialidade que se desenvolve sob duas facetas: a estética e a reparadora. Enquanto a cirurgia estética busca apenas a perfeição das formas, a reconstrutiva abrange todas as intervenções realizadas para reparar as estruturas anormais do corpo.

“Há várias situações em que esse tipo de intervenção é necessária, como acidentes em que o paciente perde ou danifica alguma parte do corpo (orelha, nariz, lábio, supercílio, pálpebras, etc.); tecidos danificados por anomalias congênitas, ou seja, de nascença; tratamentos de queimaduras; reconstruções de regiões afetadas pela retirada de tumores malignos e benignos (após uma mastectomia, por exemplo); casos de infecções, em que parte da pele, músculo e osso é afetada; tratamento de cicatrizes patológicas, entre outras”, explica o cirurgião plástico Atílio Della Bella, da Clínica Vivva.

É importante frisar que na plástica reconstrutiva, como em todas as intervenções, há riscos, “cabe somente ao médico apontar quais alterações são realmente necessárias; e caso os ganhos não sejam superiores aos possíveis malefícios, ele deve indicar seu diagnóstico, com as devidas contraindicações ao paciente”, explica o médico. E ainda destaca: “uma situação que não dá para prever durante o processo cirúrgico é a embolia pulmonar, ou seja, a obstrução súbita de uma artéria ou veia pulmonar, causada por um coágulo sanguíneo que viaja pela corrente sanguínea”.

ALGUMAS PATOLOGIAS

A reconstrução mamária é uma opção para mulheres mastectomizadas, em boas condições de saúde e pode ser feita de várias maneiras. São elas: retalho abdominal (músculo do abdômen), retalho de grande dorsal (músculo das costas) e o uso de expansor de tecido com prótese de silicone. Quem sofre de gigantomastia, ou seja, tem seios muito grandes, também pode optar pela cirurgia reparadora. “O peso excessivo das mamas leva a paciente a apresentar fortes dores nas costas e deformidades na coluna, que são diagnosticadas pelo ortopedista”, explica Atílio.

A plástica reparadora é uma cirurgia capaz de devolver a auto-estima a pessoas que tiveram problemas de saúde, acidentes ou mesmo doenças congênitas

Diferente do que muita gente diz, a rinoplastia (cirurgia do nariz) pode ser considerada cirurgia não apenas estética, se o paciente apresentar alterações funcionais – em casos de desvio de septo, fraturas e outras alterações. “Já a otoplastia (correção de orelhas de abano) é considerada uma intervenção plenamente estética. A única melhoria que ela pode proporcionar na qualidade de vida do paciente é evitar o famoso bullying”, diz o médico.

A necessidade de fazer uma cirurgia plástica depois da cirurgia bariátrica (redução de estômago), parte dos anseios do paciente, ou seja, não é obrigatória. Nesses casos, as intervenções mais realizadas são abdominoplastias, mamoplastias e correção de ginecomastia (mamas em homens). “No processo de emagrecimento, ocorre uma grande redução da gordura corporal. Em geral, essa diminuição não é acompanhada pela pele – que se torna excedente e flácida em alguns locais. A capacidade da pele de se retrair é individual e genética, mas a alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos podem ajudar no combate à flacidez”, explica o médico.

O importante para quem irá fazer a cirurgia bariátrica é o acompanhamento, envolvendo o cirurgião bariátrico, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta, afinal são eles que identificarão qualquer alteração e saberão solucioná-la. No caso da cirurgia plástica futura, mudanças nutricionais, como diminuição de proteínas e vitaminas, poderão alterar a cicatrização final.

De acordo com cada deformidade congênita ou doença, há uma série de exames pré-operatórios específicos e uma rotina de repouso diferente. “O paciente pode contribuir com uma boa cicatrização cuidando do curativo para evitar queloide e seguindo todas as orientações médicas. Por exemplo, na plástica de abdômen é necessário ficar 15 dias sem esticar o corpo, já na de mama o paciente não pode levantar o braço e etc.”, pontua o médico.

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