Alegria em dobro 0 7967

Saiba o que faz dessas verdadeiras heroínas a representação material do amor maior, o amor de mãe

Ao pesquisar o verbete mãe no buscador Google, mais de 15 milhões de ocorrências foram encontradas. O número exato é: 15.500.000. Não é de admirar. Afinal, na hora do sufoco ou aperto, a quem recorremos? À bela figura materna que inspira tantos poemas e corações. Nem mesmo um super-herói resiste à sopinha regeneradora que só a mãe sabe fazer.

Nos dias de hoje, apesar da correria, do estresse recorrente do trinômio trabalho-carreira-sucesso, há mães (e pais) que resistem bravamente e preferem criar sua prole bem de perto, desde as primeiras batidas do coraçãozinho, ainda no ventre materno.

Algumas dessas mamães vivem o seu dia-a-dia no agitado bairro do Tatuapé, que há muito deixou de ter o clima bucólico de chácaras e produção de uva, mas uma coisa todas garantem: mesmo trabalhando ou cuidando de diversos afazeres diários, e apesar da condição financeira permitir manter uma babá, estão sempre por perto e fazem questão de elas mesmas cuidarem de seus bebês.

E como alegria pouca é bobagem, as mamães em questão têm uma característica peculiar: são, todas, mães de gêmeos. Isso mesmo: alegria dobrada, choro dobrado, papinha dobrada, roupinha e brinquedos em dobro, atenção em dobro, trabalho em dobro.

“Só a alegria de ser mãe compensa todo o trabalho que eles dão”, comenta Cleide Nascimento da Silva Cantu , mãe de duas Anas, a Beatriz e a Luiza, gêmeas univitelinas, ou seja, idênticas. O segredo de lidar com essas duas criaturinhas de três aninhos e meio, Cleide revela de pronto: “uma boa dose de paciência e porções generosas de afetividade, porque o carinho é essencial”, reforça.

Afinal, sua gravidez de risco trouxe um presente em dobro, em forma de duas belas meninas, nascidas prematuras, com 30 semanas de gestação. “Elas nasceram abaixo do peso, tive que ficar 40 dias internada e deixar as gêmeas ganhando peso. Mas a cada grama que elas ganhavam, fazíamos uma festa. Pensava: ‘amanhã é outro dia’. Hoje, a gente nem lembra mais. No tempo que ficamos internadas, procurei passar muito amor e carinho para elas, nada de tristeza”, relata toda emocionada.     

O resultado, para ela, compensa todo o esforço e determinação de ser mãe. E uma coisa Cleide garante: “se tivesse que passar de novo, passaria, com certeza!”

Ana Lúcia Levi Moraes é mamãe do casal de gêmeos Maria Eduarda e Vinícius, com dois anos completados no dia 28 de fevereiro passado. Estava fazendo tratamento quando recebeu a notícia de que seria mãe de gêmeos e confessa: “sempre quis ter gêmeos, tanto que chegamos a pensar em adotar duas crianças, se não tivéssemos nossos bebês”. Nem precisa falar o tamanho da alegria que a mamãe e o papai do casalzinho sentiram ao se confirmar a gravidez dupla.

Cleide com as gêmeas Ana Beatriz e Ana Luiza, resume a receita básica da maternidade: amor incondicional
Silvia, e os filhinhos Laura e Tarik: “sentimento inexplicável regado a muita atenção e afeto”

Ana Lúcia faz questão de dizer que seus filhos são tratados, cada um, com respeito a sua individualidade. “Se tenho que enviar um bilhetinho para a escola, coloco um em cada pastinha. Sempre tomo esse cuidado, inclusive em relação às roupinhas. Eles até chegaram a ganhar pecinhas iguais, mas sempre procurei colocar neles em dias alternados”, expõe.

Mas é na ligação forte que une a mamãe, o papai e seus dois rebentos que reside a magia: “existe uma ligação muito forte entre nós quatro, tanto que costumo brincar e dizer que aqui em casa temos a força de quadrigêmeos”, diz rindo bastante.

A prova é logo apresentada por Ana Lúcia: “a Duda teve febre de madrugada, simplesmente levantei e coloquei a mão nela para sentir, instintivamente. Meu marido hoje acorda nessas horas, coisa que não fazia antes”. Às próprias crianças, no relato da mamãe, também sentem quando alguma coisa não vai bem. É quando ficam mais próximos e bem mais carinhosas do que de costume.

A revolução ocorrida com a maternidade fez com que o casal adaptasse os programas para algo mais família, como diz Ana Lúcia que, ao tentar sintetizar o que é a maternidade, fez uma pausa para um choro com muita emoção, para então finalizar: “foi a melhor coisa que me aconteceu na vida!”.

Para Patrícia Ressutti Rego, a carga emocional que o casal recebeu desde o momento da notícia dada pelo médico no ultra-som de que seriam pais de gêmeos, foi seguida de uma gravidez de risco e de muita emoção ao receber Pedro e Mariana em casa. Com 2 anos e 4 meses completados no dia 21 de abril, nem é preciso dizer o quanto seus pais babaram pelo nascimento dos dois, nascidos na semana do Natal, e levados para casa no próprio dia de festejos natalinos. “Digo que saímos do hospital com dois pacotinhos de presente, um rosa e outro azul”, diz carinhosamente Patrícia. Para ela, as crianças trouxeram o convívio familiar de volta, a ponto de aproximar pessoas que estavam um pouco afastadas, tudo porque “energia de criança é bárbara. Nós cuidamos, mas somos nós que aprendemos mais com eles”, afirma.

Patrícia resume bem o sentimento de mãe: “só sendo para saber o que é e o que significa”, e aproveita para aconselhar as mamães e os papais a aproveitarem bem essa fase inicial de seus filhos, porque passa muito rápido. “São momentos únicos que devem ser muito bem curtidos e cuidados, com tudo que pudermos dar de melhor a eles, porque mãe tem amor incondicional, seja nascido da gente ou não”.

Ana Lúcia e o casal Vinícius e Duda: “energia imensurável”
Vera, com as filhinhas Nathalia, Maria Clara e Marcela: “um novo sentido para a vida”

Silvia Aímola Ghani  sabia que existia uma possibilidade de engravidar de gêmeos, dado o histórico familiar, pois ela mesma é irmã de gêmeas. “Só não imaginava que fosse acontecer comigo”. E sabe que tudo viria em dobro: a felicidade, o amor, não só o trabalho. “Ter um filho é um sentimento inexplicável, e dois então…nem dá pra falar”, exclama.

A mamãe faz questão de dar banho, comidinha e atenção aos filhotinhos de 2 aninhos completados no dia 12 de abril passado. Os nominhos? Laura e Tarik, mais um casalzinho que para a mamãe representa uma dádiva de Deus.

“Acredito que falar sobre o amor de mãe aos seus filhos chegou numa hora própria para reforçarmos que devemos amar nossos filhos e cercá-los de carinho e atenção. A presença da mãe é muito importante, não importa a condição financeira. O pouco de tempo de que se dispõe, deve ser aproveitado da melhor maneira”, diz.  Para ela, é a presença dos pais na vida das crianças que traz a eles equilíbrio, valores e a noção do que seja família.

Vera Lúcia Miranda Mattasóglio tem uma história um pouco diferente das demais mamães, e que vale a pena ser relatada aqui. “Por essas coisas da vida, minha filha Gabriela, a Bibi, veio a falecer quando tinha 4 aninhos. Na época, minha outra filha, a Marcela, estava com 2. Foi um baque enorme, ficamos por um bom tempo tentando entender por quê Deus havia nos dado esse lindo presente para depois tirá-lo de nós. Foi muito difícil aceitar. Mas como o tempo é o único que pode fazer alguma coisa de verdade, a Marcela foi crescendo, e pedia para ter um irmãozinho. Nós nem pensávamos mais em ter filhos. Talvez adotar algum, uma idéia que agradava a Marcela. Bom, resolvemos tentar e, quando consegui ficar grávida, tomamos um susto de felicidade ao saber que seriam gêmeas, duas meninas!”.

Nathalia e Maria Clara hoje estão com um aninho e 4 meses, e fazem companhia para Marcela, que está com 10 anos.

A mensagem da mamãe Vera é única: “para alguém que vai ser mãe, saiba que é uma benção gerar uma vida, principalmente quando se passa pelo sentimento de perda”.

Uma coisa é certa, e todas as mamães aqui ouvidas concordam: “ser mãe é receber um presente de Deus chamado filho”.

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