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A modelo plus size Fluvia Lacerda, da Ford Models EUA, dá dicas de alimentação e de como escolher o biquíni correto para quem está fora das medidas e também quer desfrutar do calor

O verão está aí. E nessa época, basta olhar para os lados e ver dicas e mais dicas de dietas milagrosas, novos medicamentos para emagrecer e tratamentos estéticos para dar aquela turbinada antes de colocar o biquíni, além de promessas de um corpo perfeito em apenas dois meses. Mas será que realmente é necessário lançar mão de procedimentos abrasivos ou seria melhor esquecer as neuras e simplesmente curtir o verão?

Para a modelo plus size Fluvia Lacerda, 29, única brasileira a atuar internacionalmente nesse mercado e recém-contratada pela agência Ford Models EUA, independente de estar acima do peso, o fato é que a vida é curta demais para deixar de se divertir por conta de paranoias. “Definitivamente não vale a pena! Acredito que sempre haverá cobranças ao nosso redor, principalmente por uma questão cultural (brasileira) de que todos devem estar lindos e sarados para encarar uma praia. Infelizmente, na maioria dos casos as pessoas têm falta de tato para entender que existem certos comentários ou opiniões que elas deveriam guardar somente para elas. Mas se você estiver bem consigo mesma, encare isso numa boa, ponha o seu biquíni e vá ser feliz. Isso que importa”, disse a modelo.

Adotar uma alimentação saudável no dia a dia e a prática constante de atividades físicas evita o desespero por uma solução para emagrecimento rápido em véspera de alguma data comemorativa. “Dietas muito restritivas, quando seguidas por períodos longos, reduzem o metabolismo e a capacidade do organismo de utilizar energia. Além disso, tais dietas dificilmente se adequam às necessidades individuais podendo levar à perda de nutrientes importantes que refletem em queda de cabelo, unhas quebradiças, anemias, falta de energia e ânimo, falta de brilho nos cabelos e unhas, pele ressecada e queda da imunidade, abrindo assim as portas para infecções oportunistas”, alerta a nutricionista Alessandra Rodrigues.

Por conta disso, para quem está acima do peso, aproveitar os dias na praia para atividades saudáveis também pode ser um estímulo para manter a saúde em dia. “Ser gordinho não é sair comendo tudo o que vê pela frente. É preciso cuidar do nosso corpo. Portanto, faça longas caminhadas, nade, pratique alongamentos, jogue vôlei e futebol, reserve um tempinho para a meditação e para a ioga. O verão é uma oportunidade perfeita para se divertir e também deixar o corpo em movimento”, complementa Fluvia.

A modelo tem uma alimentação equilibrada para manter a saúde

Alimentação X Verão

Os aperitivos vendidos à beira da praia são um convite e tanto para quem não quer perder um minuto sequer longe do mar. Porém, apesar de serem de fácil acesso e muito saborosos, quase nunca podem ser considerados saudáveis.

“Os biscoitos, bolos, batatinhas, comidas empacotadas em geral, que vieram com intuito de fazer nossas vidas mais práticas, na verdade se tornaram um dos piores problemas da nossa sociedade, por conta do excesso de aditivos químicos. Cuidar da saúde não está ligado a contar o número de calorias que ingere, mas sim ter consciência do que você está ingerindo. Por isso é importante ler os rótulos das embalagens e pesquisar o que realmente querem dizer”, diz Fluvia.

Para o verão, a modelo dá dicas de como optar por alimentos saudáveis sem perder o sabor. “Que tal experimentar receitas com os velhos conhecidos? Espinafre, tomates, alface, abacaxis, abacates, mangas, frutas típicas brasileiras em geral, que muitas vezes são esquecidas e substituídas por algo empacotado. Adoro fazer espetinhos de frutas (sem adição de açúcar): uva, melancia, maçã, laranja, banana, melão, etc. Perfeito para um dia quente, além de ser super saudável. Também adoro misturar verduras numa super salada com frango grelhado ou ainda frutos do mar grelhados”, conta a modelo, que diz evitar frituras e gordura animal.

Moda X Verão

Para quem está acima do peso, o terror do verão começa com a escolha de um biquíni adequado. Mas será que realmente existe uma peça perfeita para cada corpo?

Há regras antigas que restringem estampas ou uso de cores em peças para quem está acima do peso, porém Fluvia discorda da maioria. “Mesmo tendo biquínis em tons escuros e preto, eu gosto muito dos coloridos e estampados. Quando o assunto é a escolha de um biquíni, o mais importante não é a cor e sim o formato que caia melhor para o seu tipo físico”, conta a modelo, que dá algumas dicas.

O passo principal para a escolha correta do biquíni é descobrir qual o formato do seu corpo. Se você tem mais quadril do que busto, peças que têm franzidos ou tipo “saia” na parte de baixo caem melhor. Para quem tem mais busto, opte por modelos mais reforçados nas costas e siga a mesma regra usada para a compra dos sutiãs do dia a dia. “Minha regra número um quando o assunto é moda praia é evitar as peças ultra-apertadas, que além de deselegantes, também podem cortar a pele. Quando entrar numa loja, procure um biquíni correspondente ao tamanho do seu corpo, uma vez que apertar as gordurinhas localizadas não as farão desaparecer. Uma peça adequada ao seu corpo, além de mais bonita e elegante também te deixará mais à vontade”.

“Uma peça adequada ao seu corpo, além de mais bonita e elegante também te deixará mais à vontade”

Biquíni X Indústria da Moda

O movimento plus size vem ganhando força, porém quando o assunto é verão, as consumidoras brasileiras ainda sentem uma enorme lacuna nas prateleiras. “Nos Estados Unidos e na Europa tenho várias opções de onde encontrar biquínis para o meu tamanho e com uma variedade incrível de estilos. Isso porque aqui já existe uma conscientização da indústria da moda em relação à demanda das consumidoras e não nos negam o direito de termos opções. Já no Brasil, sinto que isso ainda é impossível e me questiono quando a indústria vai acordar para essa mina de ouro”, disse Fluvia.

A modelo, após anos sem aproveitar do verão brasileiro, decidiu vir no ano passado para desfrutar de alguns dias de sol. Mas a experiência não foi muito agradável. Mesmo dispondo de um estoque de biquínis que serviam perfeitamente para o seu tipo físico, Fluvia iniciou uma pesquisa, de loja em loja, para saber o que o mercado brasileiro reservava às gordinhas. Nos poucos lugares que encontrou o tamanho GG, eles estavam esgotados. Segundo os fabricantes com quem ela conversou, esses modelos foram vendidos três vezes mais rápido do que os menores e ainda havia uma lista de espera para quando as peças voltassem para as prateleiras. “Algumas marcas dizem que não investem porque não existe mercado. Por outro lado, as peças colocadas à venda se esgotam tão rapidamente que para atender a todos é necessário ter uma lista de espera. Há alguma coisa errada nisso tudo, não?”, questiona.

Para Fluvia, esse cenário só vai mudar quando a consumidora brasileira entender que sua voz tem poder de modificação. “Quando a própria consumidora entender essa ideia vai começar a exigir das marcas e estilistas que tomem alguma providência. A partir daí, a indústria da moda vai ser obrigada a modificar seus conceitos por questões mercadológicas”, finaliza.

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