
A redução da umidade do ar durante as estações de outono e inverno, que geralmente fica abaixo dos 30% nessa época do ano, aliada a condições de menor dispersão atmosférica de gases e de materiais particulados, podem levar uma maior propagação de partículas virais e bactérias, irritando vias aéreas, predispondo a quadros infecciosos.
Os especialistas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) detalham as doenças mais recorrentes nessa época do ano, os tratamentos disponíveis e como prevenir as alergias mais frequentes durante o outono e inverno.
QUAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS ALÉRGICAS SÃO MAIS COMUNS NESSA ÉPOCA DO ANO?
A rinite e a asma. A rinite alérgica é mais comum após os 2 anos de idade e atinge cerca de 26% das crianças brasileiras. Em adolescentes, esse percentual vai a 30%, de acordo com dados do Isaac (Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância), aplicados em vários estados brasileiros.
RINITE
Os sintomas da rinite são caracterizados por coceira frequente no nariz e/ou nos olhos, espirros seguidos, principalmente pela manhã e à noite, coriza (nariz escorrendo) frequente e obstrução nasal, mesmo na ausência de resfriados.
ASMA
A asma acomete cerca de 10% da população brasileira e é a causa de morte de aproximadamente duas mil pessoas por ano. É uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias que pode ser causada ou intensificada por diversos fatores como ácaros da poeira, mofo, polens, infecção respiratória por vírus, excesso de peso, rinite, refluxo gastresofágico, medicamentos e predisposição genética. Da criança até o adulto jovem, as alergias são fatores importantes como causadores de crises de asma.
GRIPE
A gripe é o exemplo típico da maior transmissibilidade nos meses de outono e inverno. Por isso, as campanhas de vacinação se iniciam nessa época. Além do vírus influenza, todos os outros vírus de transmissão respiratórias incluem-se neste contexto, como os rinovírus, adenovírus, coronavírus, bocavírus, metapneumovirus e outros.
PREVENÇÃO
A forma mais eficaz de prevenção é estar com a carteira vacinal atualizada. Também podemos prevenir das infecções tentando evitar ambientes mal ventilados e com muitas pessoas.
Uma orientação importante é o controle de doenças crônicas, respiratórias ou não. Como exemplo a asma e a rinite, que tendem a apresentar maior agravo nas épocas frias do ano e se não estiverem sob controle, os vírus e bactérias certamente causarão um maior processo inflamatório, levando, muitas vezes, a quadros respiratórios graves.
Outras doenças crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes também devem estar controladas para evitar o agravamento dos processos infecciosos respiratórios.