Revista do Tatuapé Nº 129 - page 24

maio 2017
capa
querer me convencer disso falando que tem muita gente ga-
nhando dinheiro sendo político. Político não é para ganhar
dinheiro, oras!
E o que você acha desse momento político que estamos vi-
vendo no Brasil?
Acho difícil melhorar. O que tem que melhorar é o povo. O
povo é que tem que ser educado. Acho que é uma questão a
longo prazo. Se colocar os meninos em uma boa escola, inte-
gral, daqui a 30 anos o Brasil está ajeitado.
Você era um bom aluno?
Eu sempre digo que tem dois tipos de bom aluno: o CDF,
que faz as tarefas direitinho, e aquele cara que aprende as
coisas mesmo levando a vida na sacanagem, que era o meu
caso. Nunca fui de sentar na frente, mas aprendi direitinho
tudo que foi ensinado.
Mas o seu pai não te cobrava boas notas?
Meus pais não cobravam notas. O que eu aprendi
com meu pai foi o gosto pela leitura. Ele lia demais.
Não tínhamos energia elétrica em casa e ele ficava
lendo, à luz de um lampião, revistas como
O Cruzeiro
e
Realidade
. Foi melhor do que ficar me empurrando
para o colégio. Tudo que cai na minha mão eu leio.
Gosto muito de ir até uma banca de revista e ver o
que tem de novidade, as coisas que estão aparecendo.
Também gosto de livros do Machado de Assis e bio-
grafias, como a de Leonardo da Vinci e Padre Cícero.
Isso me dá um cabedal de ideias muito grande. As mú-
sicas e as coisas que eu escrevo tem muito a ver com
as coisas que eu leio.
Você trabalhou como arquiteto e largou a profissão
para seguir na carreira artística. Tem vontade de
voltar?
Às vezes dá vontade sim, mas teria que fazer uma
reciclagem. O arquiteto tem que ter o traço, mas tem
que saber usar o computador, os softwares, e para isso
eu precisaria estudar de novo.
Olhando para trás, como você analisa a sua carreira?
Eu não planejei nada disso. Estava seguindo o pla-
no, sendo arquiteto e começou essa brincadeira que
acabou dando certo. Acho que pelo fato de eu ser
muito autêntico, as pessoas gostam. O tempo todo eu
falo o que penso. Esse sou eu. Acredito que todo artis-
ta que é genuíno, vai ficar.
Saiba Mais
FALCÃO ALTAMENTE MAIS OU MENOS
Quando:
06, 13, 20 e 27/05, às 21h.
Onde:
Teatro Eva Wilma
Rua Antonio de Lucena, 146, Tatuapé
Quanto:
R$ 60.
Tel.:
2090-1650.
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