Enfim, mães! 0 6724

Mulheres que enfrentaram grandes dificuldades para engravidar contam a luta e a emoção de se tornar mãe

Debora Golla, 33,
mãe do Danillo, de 16 anos, e da Heloísa, de 3 meses.

“Aos 15 anos, tinha muita vontade de ter um filho. Comecei a namorar e três meses depois engravidei. O relacionamento não deu certo, mas tive meu Danillo e realizei o sonho de ser mãe. Algum tempo depois, conheci meu atual marido e queríamos muito ter um filho juntos. Foram cinco anos de batalha. Fui diagnosticada com endometriose. Os médicos falavam: “pode arrancar seu útero que você não vai mais ser mãe”. Para mim, foi como um caos. Pensava: ‘Eu nasci para ser mãe. Como Deus pode fazer isso?’ Fiquei totalmente descrente. Fiz um tratamento durante um ano, tentamos uma fertilização in vitro, e nada. Senti uma vontade imensa de sumir, desistir, mas seria ingratidão com meu filho que precisava de mim. Descobri o livro O milagre da gravidez e decidi tentar mais uma vez. Durante um mês, segui à risca a dieta holísticas do livro. Nesse período, fui chamada para tentar outra fertilização. Mas precisava aguardar a menstruação para fazer um dos exames. E nada de ela vir, só para aumentar minha ansiedade. Um belo dia estava passando muito mal, e uma médica do hospital onde trabalho como enfermeira me pediu para fazer um teste de gravidez. Nem com o resultado positivo nas mãos eu acreditava. Precisei ver meu bebê em um ultrassom para entender que eu estava grávida. Não sei se foi fertilização, tratamento, dieta ou simplesmente desencanar. O fato é que Deus foi a principal resposta para mim. Meu marido comemorou demais. Ao longo da gestação, vivi momentos difíceis, achava que ia perder nossa menininha. Além de ter um sangramento, acompanhei casos de bebês que nasciam em parada cardiorrespiratória. Me abalou demais, não tinha mais discernimento para separar, então pedi afastamento do centro obstétrico. Só fui acreditar que tinha conseguido, três dias depois de ter a Heloísa em meus braços e ver nossa família completa. Eles são meu milagre, minha grande vitória”.

Eleonora Pelosini, 44,
mãe da Valentina, de 3 anos

“Como a maioria das mulheres meu sonho sempre foi ser mãe. Aos 23 anos, já namorava há um tempo e engravidei. Foi uma surpresa para a minha família. Mas acabei perdendo o bebê. Fiquei muito triste, foi uma frustração enorme. Como já estava com tudo pronto, nos casamos mesmo assim. Depois de pouco tempo, engravidei mais duas vezes e perdi novamente. E infelizmente, na última, perdi as trompas. Então, por métodos naturais, não conseguiria mais ter filhos. Fiquei totalmente sem chão. Com todo esse desgaste, meu casamento acabou, mas meu desejo de ser mãe nunca. Era latente. Muitos anos depois, conheci o grande amor da minha vida, meu atual marido, Reuby. Fizemos a primeira fertilização, coloquei três embriões e já comecei a sonhar. Não vingou. Apesar da tristeza e graças ao apoio do meu médico, insistimos. Foi uma luta árdua. Depois da sétima tentativa, cheguei ao meu limite. Mas meu marido nunca desistiu, ele tinha toda a certeza do mundo. Então, me propôs tentar a oitava e última fertilização. Se não viesse, tentaríamos outras maneiras de ter nosso bebê. E quando achei que não tinha mais jeito, o resultado deu positivo. Fiquei completamente louca de felicidade. Fiz 10 exames para confirmar e comprei um aparelho de ultrassom para escutar minha filha todos os dias até ela nascer. Pela idade, minha gestação foi de risco, mas, para minha surpresa, não tive problema algum. Foi maravilhosa e sadia. A luta foi tão grande, que minha mãe falava que ela só acreditaria na hora que ela visse o bebê nascer. E, enfim, ganhei a minha Valentina. Quando a peguei nos braços, me senti abençoada. Só faltava isso para minha felicidade ser completa. Não tem um dia que eu não fique olhando para a minha filha e agradecendo a Deus. Desde que ela chegou, não durmo. Mas é um presente tão grande que quero multiplicar esse sentimento. Até o final do ano vou adotar uma menininha: a Manuela”.

Maria Luiza Dantas, 42,
mãe da Laura e do Gabriel, de 2 anos

“A Laura e o Gabriel são frutos de um amor maravilhoso e uma luta constante. Há oito anos, o Guilherme e eu realizamos o sonho de nos casarmos e, então, veio o desejo de termos os nossos filhos. Foram três anos de tentativas de forma natural, mas a ansiedade vinha junto com a frustração todos os meses. Até que um dia, meu marido teve um problema de saúde e se consultou com um médico que, coincidentemente, era dono de uma clínica de fertilização. E surgiu a ideia de começarmos o tratamento. Na primeira tentativa de fertilização, eu estava super feliz e já me sentia mãe. Mas, infelizmente, não rolou e me vi como a pior das mulheres. Recebi muito apoio e tomei forças para tentar novamente. Vieram a segunda, a terceira, a quarta tentativa, e nada. Na sétima, eu disse que seria a última, pois estava no meu limite psicológico. Dias depois, meu celular tocou e era a médica trazendo a melhor notícia da minha vida. Liguei para o meu marido e comemoramos demais. Mas tive um pequeno sangramento e novamente bateu o desespero. Sou católica, então rezei muito assistindo à missa na TV. E a resposta não poderia ser melhor: dois embriões vingaram. Enfim, teríamos os nossos filhos. Fui uma mãe muito paparicada e cuidada durante a gestação. Tive um encurtamento do meu útero e, aos seis meses, a Laura rodou na minha barriga, a bolsa estourou e ela pediu para vir ao mundo. O Gabriel ainda demorou pra sair, porque ele grudou em mim – e ele é assim até hoje. E aí começou mais uma luta para ter meus pequenos: virei mãe de UTI. Em dois meses, a Laura teve alta e o Gabriel ficou mais quatro meses lá. Meu coração foi partido ao meio. Foi uma luta diária. Mas fui muito confiante nos meus filhos. E, graças a Deus, eles estão aí para mostrar o quanto vale a pena persistir nos sonhos”.

Luciana Rosa Campos, 33,
9º mês de gestação, à espera da Ana Cristina

“Comecei a tentar engravidar três anos depois que o Welton e eu nos casamos. Achei que seria muito fácil, logo nas primeiras tentativas. A expectativa era muito grande todos os meses. Mas foram três longos anos nesse sofrimento. Quando a gente começou a tentar, descobrimos o câncer do meu pai. Então, o foco um pouco mudou. Continuamos querendo engravidar, mas a preocupação e o cuidado com ele eram muito grandes. Infelizmente, meu pai faleceu. Mas dois meses depois descobrimos a nossa gravidez. Foi uma alegria enorme. Veio em boa hora, porque a família inteira tinha vivido momentos muito difíceis.

Estava um pouco abalada e a gestação começou com algumas dificuldades. Tive um sangramento e precisei fazer repouso absoluto. Aos três meses, o médico descobriu que o bebê tinha parado de se desenvolver. Foi um balde de água fria, uma tristeza sem tamanho. Fiz uma curetagem e pensei em desistir. Tentava pensar o porquê disso, se Deus não queria que eu tivesse filhos. Mas Ele foi muito bom. Temos certeza que na primeira tentativa depois do acontecido, ganhamos nosso presente. Nos primeiros meses, fiquei muito apreensiva. Não queria passar pela mesma decepção de ter que falar para as pessoas sobre a perda. Então, não tinha vontade nem de contar sobre a nova gravidez. Mas, dessa vez, deu tudo muito certo.

Tenho um gene que tem tendência a formar trombos, então, desde o dia em que descobri até o dia do parto, tenho que tomar uma injeção na barriga, para evitar complicações. Mas estou tendo uma gravidez maravilhosa. Vamos ter uma menininha, que era o sonho do meu marido. Agora, na reta final, a expectativa é enorme. A gente está contando os dias para ter a nossa Ana Cristina nos braços. Já me sinto mãe, pois tudo o que eu faço e deixo de fazer é por ela. É meu sonho realizado”.

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