Cartão postal do artesanato 0 2134

Famosa por organizar há 39 anos a Feira de Embu das Artes, a cidade fica próxima à megalópole, mas mantém a arquitetura colonial paulista

Repleta de belezas naturais e artísticas, com histórias, mitos e tradições, Embu das Artes recebe turistas do mundo inteiro. São franceses, alemães, japoneses, americanos, mexicanos, colombianos, portugueses, chilenos, argentinos, além de visitantes de vários estados brasileiros que vão conhecer e comprar as especiarias nas galerias e ateliês da cidade.

As ruas de paralelepípedos do centro histórico de Embu, que circundam o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas, são convite a uma caminhada despreocupada, a um almoço ou um café, uma visita demorada pelas lojas e antiquários. À apenas 27 km do centro da capital, a cidade conta ainda com atrações como o Museu do Índio, a Cidade das Abelhas, a Fonte dos Jesuítas e o Parque do Lago Francisco Rizzo, espaço ecológico com um belo lago repleto de peixes e pista para cooper, como atividades de lazer.

Embu respira arte desde sua fundação. Documentos históricos contam que os jesuítas aceitam encomendas de santos e é bem possível que essa tradição de santeiro tenha se mantido entre os poucos habitantes durante o século 19 e início do século passado. A construção da igreja Nossa Senhora do Rosário, com sua torre em estilo moçárabe, já era arte.

De Embu para o mundo

Iniciada nos anos 50 com o movimento de artistas que encontraram em Embu o lugar perfeito para desenvolver sua arte, como Cássio M’Boy, Solano Trindade, Assis de Embu e Sakai de Embu, a Feira de Embu das Artes abre as portas para cerca de 600 expositores, artesãos e artistas plásticos, e atrai em média 20 mil turistas e visitantes a cada fim de semana.

Aberto oficialmente aos sábados, domingos e feriados, o evento realizado em 12 alamedas centrais, oferece obras de arte, artesanato, área de alimentação e feira de plantas e flores ornamentais. Durante a semana, funciona com menor número de expositores e a tenda “Embu das Artes ao Vivo”, com artistas trabalhando suas obras.

Patrimônio histórico tombado desde 1938 por indicação do escritor Mário de Andrade, a feira se diferencia das demais existentes, com preços que variam de R$ 1, uma corujinha em metal do artesão Toninho, a R$ 25 mil,  a escultura em madeira “A Favela”, do artista plástico Rivelini.

Plantas Ornamentais

A partir de 1940, um grande número de imigrantes japoneses chegou a Embu. Esses colonos instalaram-se principalmente em sítios e chácaras localizadas no cinturão verde do município, passando a produzir não só hortifrutigranjeiros, mas também uma grande variedade de flores e plantas ornamentais.

Depois de Holambra, o município é um dos principais fornecedores negociados na CEAGESP. Parte dessa exuberante produção pode ser vista e adquirida todos os domingos na Feira do Verde, localizada na Rua Siqueira Campos.

Apoiado pela prefeitura, o Festival de Flores e Plantas Ornamentais que acontece anualmente é um dos principais eventos que abrem o calendário da Primavera no Estado de São Paulo e incrementa junto com as barracas de alimentos e bebidas, a diversidade de produtos oferecidos.

Mas não são apenas as artes plásticas que garantem ao município sua tradição cultural. Embu também é a terra da dança, do teatro, da música e da poesia, manifestações que podem ser vistas em diversos espaços públicos da cidade, como as Bibliotecas Municipais e o Centro Cultural Embu das Artes.

Festa de Adoração à Santa Cruz
Flores e plantas ornamentais são a sensação da Feira do Verde, em Embu

Festa de Adoração à Santa Cruz

Entre as mais importantes manifestações folclóricas paulista, reúne milhares de devotos e festeiros. Neste ano, a festa acontece de 18 a 20 de maio, no Cruzeiro da Paz, que fica junto ao Memorial Sakai, nas proximidades do centro histórico da cidade. O evento mescla manifestações de fé, religiosidade e cultura viva relacionadas aos festejos iniciados pelos padres jesuítas a partir do século XVII. A festividade se inicia com uma procissão que vai do Centro Cultural Embu das Artes, no Largo 21 de Abril, até o Memorial Sakai, ao lado do Cruzeiro da Paz de Embu.

Os festeiros rezam e beijam a Santa Cruz, acendem velas, cantam e dançam a dança do chimarrete em sinal de respeito e adoração.

A programação artística contará com nomes conhecidos da cultura de raiz, como Inezita Barroso, As Galvão e Teatro Popular Solano Trindade.

Local: Memorial Sakai – R. Rebolo Gonzales, 185, Vila Cercado Grande

Museu do Índio

O museu planejado pelo artista plástico e escritor Walde-Mar de Andrade e Silva é considerado um dos mais completos de São Paulo. O espaço é destinado a pesquisas e discussões de temas como Nações Indígenas; grupos étnicos; costumes; hábitos alimentares; arte (plástica, musical, dança, oratória e ornamental); idiomas; crenças e rituais, aspectos da vida comunitária e relação com a natureza e meio ambiente.

Pesquisador da cultura indígena, Walde-Mar viveu entre os índios no Parque Nacional do Xingu, por vários anos, com apoio dos irmãos Villas Boas. Suas experiências são contadas nas palestras que realiza em instituições ligadas à educação e cultura.

Local: R. da Matriz, 54, Centro, tel: (11) 4704-3278

Centro de Atendimento ao Turista (CAT)
Largo 21 de Abril, s/nº, tel: (11) 4704-6565

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