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Nada de comida caseira para cães e gatos. Veterinários indicam ração industrializada como melhor alimento para os pequenos animais

A família Pettine parece que já aprendeu a lição. A alimentação da chow chow Cindy é feita principalmente com ração industrializada. “Desde filhote, só damos ração industrializada para ela”, comenta o proprietário Duair Aparecido Pettine Jr. “Já trocamos de marca, mas não deixamos de dar ração”.

O morador do Tatuapé segue a sugestão de 100% dos veterinários: nada de comidinha caseira para cães e gatos. Pelo menos não no prato principal. “De vez em quando damos um pedacinho de queijo branco para ela, mas a veterinária liberou”, entrega.

“A ração industrializada é sempre melhor do que a comida caseira. Se nem nós, os seres humanos, conseguimos fazer uma comida balanceada, com vitaminas e minerais para nós mesmos, imagine para os animais, para quem a gente não coloca tanta dedicação no preparo do alimento”, relata o médico veterinário da Clínica Animal´s Park, Leandro Ferraresi.

Apesar de parecer um grande complô das indústrias de alimentação animal, a indicação dos veterinários baseia-se no fato de que os alimentos industrializados são produzidos para atender às diversas necessidades dos animais de estimação da maneira mais completa possível. “Além de ter uma variedade grande de tipos, como light, Premium e até aquelas que já contêm algum medicamento, as rações industrializadas também são indicadas, pois têm uma origem de procedência comprovada”, declara Leandro.

Cardápio variado

Mas não é nada fácil escolher uma ração entre tantas disponíveis nos mercados e pet shops. A veterinária Alessandra Moleti, da Clínica Lolly´s Dog, aconselha os proprietários a seguir sempre a orientação dos médicos. “De acordo com o tamanho, idade, raça e após uma avaliação do estado geral do animal é que o veterinário poderá indicar o melhor alimento”, relata.

Em geral, a qualidade da ração escolhida varia de acordo com a atividade e o habitat do cachorro. Segundo o veterinário Leandro Ferraresi, um cachorro que vive no quintal, como um cão de guarda, precisa comer uma ração do tipo Premium para ele ter disposição, energia e força muscular para desempenhar sua função, seja ela alarme ou mesmo ataque. “Já os cães que vivem dentro de apartamento e que passeiam pelo menos uma vez por dia devem se alimentar de uma ração normal (abaixo da Premium), para que eles não engordem, tenham uma vida boa e não defequem muito”, observa. Já as rações super Premium são indicadas para cães que participam de agility e até mesmo de corrida, para melhorar a disposição e o desempenho.

A ração industrializada é o segredo de Duair na alimentação da chow chow Cindy

Dois lados da balança

Uma das reclamações mais freqüentes dos proprietários em relação ao alimento industrializado é o preço. Muitos dos que preferem fazer a comida dos pets em casa reclamam do peso que o custo da ração tem no orçamento doméstico. Para desmistificar esse argumento, o veterinário tatuapeense conta que, com tantos tipos de alimentos que existem hoje em dia no mercado, os donos de animais conseguem encontrar rações que custam a partir de R$ 8 o saco com 5 quilos. “Para um animal de pequeno porte, essa quantidade de alimento dura até 1 mês e meio. Geralmente eu oriento meus clientes que usam esse tipo de ração a fazer uma complementação com suplemento vitamínico. Dessa forma, conseguimos transformar uma ração de ‘combate’ em uma ração ‘premium’”, ensina Leandro Ferraresi.

Além de ter de convencer os donos de cães e gatos que a melhor solução nutricional são as rações, os veterinários têm ainda o árduo trabalho de ensiná-los a trocar o alimento feito em casa pelo pronto e a estimulá-los a não desistir na primeira resistência que o pet mostrar. “Ensinamos aos proprietários que eles devem misturar um pouco de ração úmida ou carne na ração seca e tirar gradativamente a feita em casa, até que o animal se acostume com a ração seca. O maior problema é que muitos proprietários acabam ficando com pena do animal e estragam seus hábitos alimentares, tornando-se difícil essa transição”, denuncia Alessandra.

Para casos mais radicais, Leandro Ferraresi indica uma postura também radical: cortar de uma vez a alimentação caseira e só oferecer ração. “Dessa forma, o animal vai sentir fome e vai acabar comendo o que estiver disponível, ou seja, a ração. É uma maneira mais drástica, mas às vezes é o único jeito”, recomenda.

Receita de médico

Apesar do clamor dos veterinários, sempre tem aquele proprietário que prefere seguir à moda antiga e ir para o fogão preparar o rango dos cães e gatos. Para esses mais tradicionais, a veterinária Alessandra Moleti alerta que eles têm que seguir à risca as receitas prescritas por um veterinário. “Não é nada simples fazer uma alimentação balanceada em casa. Os donos de cães e gatos têm que ficar atentos, pois não podem faltar proteínas nem sais minerais e alguns tipos de carboidrato (como batata, pães e massas) devem ser evitados”, recomenda. Isso sem falar na necessidade constante de suplementação que esses animais precisam. “Muitos proprietários não sabem que o gato necessita de maior quantidade protéica do que o cão, por exemplo, deixando a alimentação deficiente”.

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